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Pisos industriais: cuidados no projeto e especificações

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Presidente da LPE Engenharia, Wagner Gasparetto falou sobre os cuidados na hora de projetar um piso industrial durante o Concrete Show 2022. Confira!

Para fazer um piso industrial de qualidade, o engenheiro responsável precisa estar atento a três aspectos diferentes: a realização de um projeto bem detalhado, a execução perfeita do que está no papel e o preparo adequado do concreto, respeitando os critérios.

É tão grande o número de empresas que constroem pisos industriais que a Associação Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho (Anapre) fez uma divisão do mercado em formal e informal, sendo este último com um número bastante representativo. 

Os cuidados necessários na confecção de pisos industriais foram tema durante a Concrete Show 2022, quando Wagner Gasparetto, Engenheiro Civil e Diretor Presidente da LPE Engenharia, apresentou um painel sobre o assunto. 

Veja abaixo o que foi abordado durante a palestra do especialista!

Classificação dos pisos quanto à fundação

Logo no início do painel, Wagner Gasparetto apresentou a classificação dos pisos quanto ao tipo de fundação, dividindo-os em fundação direta e em fundação profunda. 

“Nós podemos classificar o nosso piso como um piso em fundação direta que são pisos apoiados sobre o solo ou em fundação profunda que é um piso apoiado sobre estacas”, explicou ele.

O especialista prosseguiu, destacando algumas especificidades quando falamos do tema:

“O que diverge essas situações é a própria definição, as características e a capacidade do solo de absorver as cargas operacionais que nós pretendemos colocar sobre os pisos e, com isso, poder fazer uma boa distribuição de tensões para que não tenha deformações importantes que venham inviabilizar a operação do piso de concreto”, observou.

Gasparetto ainda destacou em sua fala a dificuldade em encontrar terrenos com solos de boa qualidade atualmente. Segundo ele:

“Está aumentando a demanda de projetos em pisos apoiados sobre estacas no Brasil, especialmente aqui no Sudeste. Quando nós não temos solos de boa capacidade, nós temos que abrir mão da utilização de placas de concreto apoiadas sobre estacas.”

Analisando a expansão do solo

A expansão do solo - capacidade do terreno inchar e aumentar o seu volume na presença de água -, de acordo com Gasparetto, é um dado essencial a ser considerado durante a avaliação. Contudo, esta característica  acaba sendo desconsiderada por muitos projetistas.

“A avaliação, especialmente da expansão dos solos, quando estamos falando de pavimentos em fundação direta, é extremamente importante”, aconselha o engenheiro.

Ele prossegue: “É um dado que, muitas vezes, não é levado em consideração pelos projetistas. Comete-se falhas de projetos importantes quando a gente não leva em consideração a expansão do solo.”

Segundo o palestrante, o CBR (Índice de Suporte Califórnia) e a expansão do solo precisam ser avaliados na cota de implantação do pavimento.

“Não adianta a gente fazer CBR em 4 ou 5 metros abaixo da cota de implantação do pavimento. Ele tem que ser avaliado na cota de implantação do pavimento, a superfície em 30 ou 40 centímetros abaixo da cota de suporte do piso de concreto”, diz.

As especificações da estrutura do piso

Sobre a estrutura do piso industrial, Gasparetto iniciou a explicação pela sub-base - camada intermediária entre o subleito e a placa de concreto.

Sobre o tema, ele observa que “os processos de compactação são bastante importantes, sejam eles através de rolo liso  ou rolos pé de carneiro.”

Entre as soluções de sub-base mais utilizadas na atualidade, o engenheiro destacou a brita graduada simples, a brita graduada tratada com cimento, o concreto compactado a rolo e o solo estabilizado composto por cimento, cal e estabilizante químico.

“Em 90 ou mais por cento dos casos a gente está falando de brita graduada”, apontou ele.

As juntas também foram um aspecto abordado pelo painelista enquanto falava sobre a estrutura do piso.

“As juntas são trincas projetadas no nosso pavimento com um tratamento estrutural adequado para que haja uma adequada transferência de cargas entre placas, permitindo a movimentação horizontal de retração desse concreto.”

A importância do reforço estrutural

Um erro grave que muitos engenheiros cometem enquanto projetam um piso industrial é não levar em consideração as necessidades da empresa onde este será construído.

Nas palavras de Gasparetto, “quando a gente fala em projeto de piso temos que nos preocupar com os dados do solo, dados do carregamento e as necessidades do usuário.”

Contudo, é preciso impor limites nas vontades de quem está adquirindo o piso. Ele exemplifica:

“A gente tem que tomar cuidado para não deixar os nossos clientes viajar no sonho deles. As informações têm que ser posicionadas à luz da técnica, não do amor, do sonho, do desejo.”

A necessidade de se fazer engenharia de produção

Para finalizar, Wagner Gasparetto apontou que a obra “não é lugar para criar detalhes, é lugar para fazer engenharia de produção”.

“A nossa Engenharia Civil de obra ela não olha a produção, a gente tem essa dificuldade. O engenheiro da obra tem que estar preocupado em fazer produção de boa qualidade, com logística adequada”, analisou nosso convidado.

Ele exemplifica: “Não adianta propor fazer 3 mil m² de piso de concreto e a concreteira mais perto da obra estar a 30 quilômetros. Como eu vou fazer isso com segurança e com qualidade? É muito difícil.”

Os cuidados durante o projeto e execução são essenciais para o êxito na obra de um piso industrial. Se você quer se aprofundar mais sobre o que foi abordado durante o Concrete Show 2022, compre já o seu acesso ao conteúdo on-demand!

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