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Mulheres na Construção: Ana Paula Andrade

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A terceira entrevista da série Mulheres na Construção traz a história e experiência da diretora técnica e sócia-proprietária da Aditibras. Leia para saber mais!

Continuando a série Mulheres na Construção, especial para o Dia Internacional das Mulheres, celebrado anualmente em 8 de março, apresentamos a história de Ana Paula Andrade, engenheira química e diretora técnica e sócia-proprietária da Aditibras.

Se assim como nós você também tem curiosidade em saber o que levou Ana Paula a cursar Engenharia Química e entrar para a indústria do concreto, continue a leitura. Você vai se surpreender com a trajetória desta profissional! 

Quem é Ana Paula Andrade?

“A Ana Paula é uma mulher decidida, que chegou aonde chegou porque sempre agarrou as oportunidades que apareceram com unhas e dentes.

Sou do Rio de Janeiro, tenho 38 anos, casada e mãe de uma menininha linda de 3 anos. Posso dizer que eu sou uma pessoa que tem dois amores, a família e o trabalho. Então eu tento dividir o meu tempo de forma equilibrada entre eles.

Na minha vida eu busco sempre estar em evolução pessoal e profissional, e eu não tento separar esses dois lados. Eu trabalho os dois juntos porque acredito que cada lado gera reflexos no outro e, de modo balanceado, enxergo isso de forma positiva.

Falando um pouquinho da minha história, eu venho de uma família de origem humilde e trabalhadora. Os meus pais não tiveram oportunidade de avançar nos estudos, mas sempre incentivaram os meus irmãos e eu a estudar.

A minha mãe sempre dizia quando eu era pequena que, o que ela podia me dar de mais valor seria poder me dedicar aos estudos. Então eu fiz isso!

Eu segui no ensino público e no meu último ano de Ensino Médio, em 2003, eu prestei o vestibular. Eu passei para Matemática na UERJ e Engenharia Química na UFRuralRJ.

A Engenharia Química me atraiu pela possibilidade de adentrar no mundo da ciência e da indústria. A Rural era uma universidade distante da minha casa, mas que contava com uma estrutura de alojamentos para acolher os alunos que moravam longe.

Eu tive essa vivência em alojamento e isso complementou toda a experiência de evolução pessoal que uma graduação representa na vida de uma pessoa. Não foi fácil, mas nenhuma faculdade é. 

Então eu me formei em Engenharia Química em 2010. Nesse mesmo ano, por obra do destino, eu conheci o Marcus Gonçalves (atualmente CEO da Aditibras) em um curso de inglês.

Naquela época ele era gerente técnico na empresa Rheoset e me deu a grande oportunidade de conhecer o mundo dos aditivos para concreto e o universo da construção civil.

Ele foi o mentor da minha trajetória profissional e hoje, além de uma grande amiga, eu sou uma de suas sócias no grande projeto de sua vida, a Aditibras”.

Como é um dia de diretora técnica na Aditibras?

“O engenheiro químico é o profissional que tem uma atuação muito ampla, mas de um modo geral, é capacitado para projetar e operar plantas industriais, desenvolver e otimizar processos químicos de fabricação de produtos, pesquisa e desenvolvimento, consultoria técnica, entre outros.

Como engenheira química na Aditibras eu percorri todos os degraus do departamento técnico até chegar à posição de diretora técnica e sócia-proprietária da empresa.

Diariamente atendo demandas relacionadas à pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e tecnologias, processos de fabricação, controle de qualidade, elaboração de conteúdo técnico para divulgação, suporte técnico para a área comercial, treinamentos, representação da empresa, entre outros.

Além disso, preciso estar sempre ampliando os meus conhecimentos em tecnologia do concreto, porque a Aditibras é uma indústria química que fabrica aditivos para concreto e produtos químicos auxiliares para a construção civil.

O nosso atendimento a esse mercado precisa ser muito dinâmico, pois para acompanhar a inovação dos processos construtivos o concreto também precisa inovar.

O desenvolvimento de novos aditivos é um grande aliado nessa evolução, mas para fazer aditivos tem que entender de concreto também”.

Trajetória: o que te levou ao setor de engenharia química?

“Para entender o que me conduziu para a escolha dessa profissão, preciso falar primeiro da minha personalidade. Sempre fui muito curiosa, gostava de ler, aprender e entender o porquê das coisas.

Essas características têm que fazer parte da essência do engenheiro, e se for químico mais ainda. Outro fator que também ajudou a traçar o meu caminho até a Engenharia Química foi a minha busca por referências nas pessoas ao meu redor.

A começar pela minha irmã, que foi a primeira pessoa da família a fazer faculdade e se tornou a minha maior incentivadora e primeira inspiração de que isso também era possível para mim.

Junto a isso, tive uma professora de Química no Ensino Médio que discursava, de forma muito apaixonada, sobre a importância da química para a ciência, e isso me marcou muito.

Então, foi esse conjunto de fatores que certamente me influenciaram a abraçar a Engenharia Química 20 anos atrás”.

Como você enfrentou e enfrenta os desafios da sua carreira?

“Eu considero que os principais desafios da minha carreira são determinados tipos de projetos, os momentos de alta pressão e o tempo para a minha família.

Alguns projetos se tornam desafiadores quando envolvem uma nova tecnologia, uma grande obra ou, até mesmo, um grande evento onde queremos que a Aditibras tenha uma participação bem marcante.

Nesse caso, a melhor forma de ‘enfrentar’ essa situação é se antecipar, estudar e montar um bom planejamento de ações, dentro de um cronograma que garanta que tudo seja feito de forma organizada e perfeita.

Já nos momentos de alta pressão eu busco ter resiliência e manter a concentração. Isso é extremamente importante para não perder a capacidade de analisar os resultados e tomar decisões rápidas sobre um ajuste de processo ou a escolha de um aditivo durante um teste, entre outras coisas.

Agora, na questão do tempo para a família, tem períodos mais corridos e outros mais tranquilos. Eu mantenho um bom diálogo sobre trabalho com a minha família e a gente sempre se planeja semanalmente para dar conta de todas as nossas atividades.

Outra prática é aproveitarmos os pequenos momentos livres que temos ao longo da semana, por exemplo, acordar mais cedo e tomar o café da manhã juntos. É sobre buscar tempo de qualidade.”

Quais qualidades te levaram ao sucesso?

“Na minha opinião o sucesso é o alcance das metas ao longo de uma trajetória. Ele existe em vários níveis. Ele é o resultado das ações movidas por um sentimento de inquietação que não te permite se acomodar, que te faz querer evoluir constantemente e provar para si mesmo que é capaz de ir além.

No início da minha trajetória, sempre tive muita vontade de trabalhar e sempre busquei dar o meu melhor desempenho nas minhas tarefas para alcançar o devido reconhecimento.

Acho que isso era uma mistura de determinação, competitividade e vaidade, mas em um nível saudável. Outro fator: eu não focava no dinheiro. Na minha concepção isso seria uma consequência do trabalho bem-feito.

Além disso, eu sempre tive em mente as responsabilidades que seriam esperadas de um engenheiro químico em nível de gerência. Então, desde que iniciei a minha vida profissional na indústria eu tinha comprometimento com cada projeto para entregar mais do que eu era solicitada.

Apresentar os problemas aos meus superiores junto a sugestões de possíveis soluções, buscando estabelecer um perfil proativo.

Recentemente, em uma mentoria, eu descobri que o meu perfil profissional é planejador e analista. Foi muito importante saber quais eram as minhas melhores qualidades, porém mais interessante foi saber quais não estavam bem desenvolvidas para poder melhorá-las”.

Liderança: que dicas você daria para novas integrantes em carreiras de engenharia?

“A Ana Paula que entrou para o mercado de trabalho há 15 anos buscava intuitivamente o melhor de si para se destacar como profissional.

Ao longo desses anos como engenheira química na indústria fui aprendendo na prática e na teoria a continuar me desenvolvendo como pessoa e profissional, e acho que tenho alguns bons ensinamentos para compartilhar com quem está começando:

Desenvolva as suas soft skills, que são um conjunto de habilidades de relacionamento, criatividade, inteligência emocional, etc. Isso é importante porque a sua mente e suas emoções serão fundamentais para o alcance dos seus objetivos.

Na sua primeira oportunidade de emprego não se sinta inseguro, pois todas as empresas oferecem treinamento a quem está iniciando na companhia. Basta ter o conhecimento adquirido na universidade, empenho, responsabilidade e comprometimento com os projetos da empresa.

Quem está começando precisa mostrar energia e empolgação com as tarefas delegadas. Isso é importante para garantir a sinergia da equipe e manter o ânimo em alta.

Observar os seus líderes e analisar o seu perfil profissional. É sobre buscar bons exemplos que sejam inspiração para a evolução da sua própria carreira.

Não espere ser promovido para ter as qualidades de um líder, procure aprimorar essas qualidades como se você já estivesse lá. Quando chegar o seu momento, saiba delegar tarefas e cobrar os resultados, sempre de forma sensata e educada.

Geralmente, a evolução da carreira de um engenheiro dentro de uma empresa é seguir para cargos de liderança. Logo ele assume a posição de gerenciador de projetos e atividades de equipe, e se torna o grande solucionador dos desafios de sua área.

Para isso, é essencial que o engenheiro esteja sempre estudando e se especializando, tanto na área técnica como também na área de gerenciamento”.

E as entrevistas com as mulheres de sucesso da construção civil não começaram agora e não vão parar por aqui. Confira o segundo artigo da série Mulheres na Construção: Ana Sestak!

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