O avanço das tecnologias de materiais tem proporcionado inovações significativas na Engenharia Civil.

Entre essas inovações, as barras poliméricas, também conhecidas como barras de polímero reforçado com fibras (FRP – Fiber Reinforced Polymer), têm ganhado destaque.

Diferentemente das tradicionais barras de aço, elas oferecem uma série de vantagens que podem transformar a forma como projetamos e construímos estruturas de concreto armado. 

Para entender melhor as aplicações e desafios dessas barras, conversamos com Guilherme Manfredini Bueno, doutor em Engenharia Civil, professor na UNIASSELVI e consultor de treinamento e desenvolvimento na VerGraf.

Bueno nos ajudou a desvendar os detalhes desse material inovador. Informe-se mais abaixo!

O que são as barras poliméricas em estruturas de concreto armado?

As barras de polímero reforçado com fibras são materiais utilizados em substituição ao aço em estruturas de concreto armado.

“Essas barras são compostas por uma matriz polimérica (como resinas epóxi ou viniléster) reforçada com fibras de alta resistência, como fibras de vidro, fibras de basalto, fibras de carbono ou fibras de aramida”, explica Bueno.

Segundo o entrevistado, adicionar grafeno à matriz polimérica, inclusive, pode resultar na melhora das propriedades dessas barras.

As diferenças entre barras poliméricas e de aço em estruturas de concreto armado

As barras poliméricas apresentam diferenças notáveis quando comparadas às de aço: resistência à corrosão, peso, comportamento à tração e condutividade elétrica.

Bueno destaca que “ao contrário do aço, as barras poliméricas não corroem, tornando-as ideais para ambientes agressivos, como estruturas expostas a cloretos ou ambientes marinhos”. 

Já sobre o peso, o convidado explica:

“As barras poliméricas são significativamente mais leves que as de aço, o que pode reduzir o peso total da estrutura e facilitar o transporte e manuseio”.

Quanto à tração, o material apresenta “uma resistência superior à do aço”.

“No entanto, elas possuem um comportamento linear até a ruptura, sem a ductilidade característica do aço”, faz um adendo.

Ele complementa que as barras poliméricas são também não-condutoras, o que as torna úteis em aplicações onde a condutividade elétrica do aço poderia ser uma desvantagem.

5 principais benefícios do uso de barras poliméricas

  1. Durabilidade
  2. Redução de manutenção
  3. Leveza
  4. Alta resistência
  5. Isolamento elétrico

“Devido à sua alta resistência à corrosão, as barras poliméricas podem aumentar significativamente a vida útil das estruturas, especialmente em ambientes agressivos”, observa o engenheiro.

Por serem duráveis, elas reduzem “a necessidade de manutenção relacionada à corrosão, resultando em menores custos ao longo do ciclo de vida da estrutura”.

Já sobre a leveza, Guilherme Manfredini Bueno diz que “a menor densidade das barras poliméricas facilita o transporte e a instalação, além de reduzir o peso das estruturas”.

Outros benefícios são a alta resistência, inclusive superior à do aço; e o isolamento elétrico, que torna o material ideal “para aplicações onde a condutividade elétrica é indesejada, como em pontes com trilhos elétricos”. 

Os desafios da aplicação das barras poliméricas e como eles podem ser mitigados

Apesar das vantagens, as barras poliméricas ainda enfrentam alguns desafios. Uma das principais dificuldades é a menor familiaridade no mercado. 

A utilização de barras poliméricas ainda é relativamente nova e pouco difundida em comparação com o aço, o que pode gerar resistência entre projetistas e profissionais da construção”, admite Bueno.

Para superar isso, “programas de educação, treinamento e normatização” são essenciais para que projetistas e profissionais da construção civil adotem essas tecnologias.

Outro desafio é o comportamento frágil das barras poliméricas.

“As barras poliméricas apresentam comportamento linear até a ruptura, sem deformação plástica significativa”, lembra.

Para mitigar esse problema, ele recomenda um cuidado especial no dimensionamento das estruturas.

“É crucial garantir que a estrutura tenha capacidade suficiente de absorver esforços sem falhar”, conclui o convidado.

Veja agora nosso conteúdo sobre as inovações e sustentabilidade no uso do aço para a construção civil!