Implementar boas ações que incentivem o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) nas obras é sempre uma ideia interessante para evitar acidentes e promover um ambiente de trabalho realmente saudável para todos.
Para explicar um pouco mais sobre o assunto, entrevistamos o engenheiro de segurança do trabalho, Antonio Marcelo Funari Ossucci e o engenheiro de segurança do trabalho e mestre em engenharia mecânica, Carlos Eduardo Costa.
Vamos lá? Boa leitura!
O que é a NR 6?
Atualmente, existem 37 Normas Regulamentadoras (NRs). A NR 6 é uma delas, que estabelece um conjunto de regras para a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em todas as empresas.
De acordo com Antonio Marcelo Funari Ossucci, a norma “Contém diretrizes sobre as obrigações de empregadores, empregados e fabricantes quanto aos EPIs, assim como a caracterização dos equipamentos e suas finalidades”.
A norma é extremamente importante, pois “Visa assegurar a proteção dos trabalhadores durante sua jornada laboral”, complementa Carlos Eduardo Costa.
Quais são os equipamentos de proteção individual mais importantes para uma obra na construção civil?
“A construção civil é uma das atividades de maior incidência em acidentes de trabalho. Isso acontece devido às características peculiares das atividades, como a mudança constante dos ambientes de trabalho e mão de obra pouco qualificada. Em virtude disso, os riscos nessa indústria são os mais diversos”, explica Ossucci.
Costa complementa informando que os EPIs variam conforme a função laboral. Os mais importantes são:
- capacete para proteção contra impactos de objetos sobre o crânio;
- óculos para proteção dos olhos contra impactos de partículas volantes;
- protetores auriculares contra ruído intenso;
- respiradores para proteção contra poeiras e névoas;
- luvas de proteção contra agentes abrasivos e escoriantes;
- calçados de proteção contra agentes cortantes e perfurantes.
Quais são as principais dificuldades na aplicação das regras de equipamento de proteção individual na obra?
Ambos os especialistas concordam que a principal dificuldade da aplicação das regras de proteção individual é a conscientização de todos os envolvidos na obra, principalmente com relação à importância e essencialidade dos equipamentos.
Para você ter uma ideia, muitas vezes, nem mesmo os superiores utilizam os EPIs quando vão ao canteiro de obras e isso é muito prejudicial. Afinal, na maioria das empresas, há a ausência de uma cultura prevencionista.
“Muitas vezes, a segurança do trabalho é vista apenas como obrigação normativa, fugindo da compreensão dos empregadores o benefício trazido pela adequada gestão de SST, como, por exemplo, maior produtividade e menores custos acidentários. Do lado dos trabalhadores, a falta de treinamento e conscientização são as grandes vilãs”, explica Ossucci.
Como reverter essas dificuldades?
Veja algumas dicas que os especialistas trazem para ajudar a reverter esse quadro:
- criar uma cultura prevencionista;
- investir em mais treinamentos para conscientização;
- promover o engajamento dos colaboradores com relação à segurança do trabalho;
- apostar em um diálogo diário sobre a segurança;
- sempre exigir a Análise Preliminar de Risco (APR) antes de iniciar as atividades;
- permitir que somente trabalhadores capacitados sejam liberados para trabalhar;
- evitar improvisações no canteiro de obras;
- implementar o 5S;
- vistoriar diariamente o ambiente laboral;
- incentivar a liberdade de expressão com relação às novas ideias sobre boas práticas no ambiente de trabalho.
Se você gostou de aprender mais sobre as regras de proteção individual na obra, complemente o seu estudo aprendendo mais sobre o gerenciamento de EPIs.