Os projetos que priorizam o pavimento rígido de concreto têm ganhado destaque na malha rodoviária do país. De acordo com o diretor de planejamento e pesquisa do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Guilherme Rodrigues de Mello, aspectos como a durabilidade, vantagens em relação à sustentabilidade e a viabilidade econômica dos pavimentos de concreto têm puxado a solução como uma alternativa, por muitas vezes, mais vantajosa que o tradicional pavimento asfáltico.
“Hoje é possível afirmar que o material (concreto) está muito competitivo em comparação com outras soluções”, disse Mello, durante palestra no Congresso Brasileiro do Concreto promovido pelo Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON). Segundo ele, um exemplo é a obra de duplicação da BR-230, entre Campina Grande e Farinha, na Paraíba, com uma extensão de 40 quilômetros. “O anteprojeto da obra previa o uso do pavimento flexível (asfalto), com o orçamento referencial de R$ 514 milhões, porém, o projetista da empresa executora da obra propôs a mudança para o uso do pavimento rígido, com um orçamento menor, de R$ 307 milhões. Ou seja, o próprio mercado está abrindo espaço para a adoção do pavimento de concreto ao participar das licitações de obras públicas”, explicou.
Pesquisa de estradas de concreto
A pavimentação rígida, de concreto, nas rodovias do país é viabilizada hoje por meio de boas práticas de engenharia, apoiadas em projetos consolidados com dados e estudos. O núcleo de planejamento e pesquisa do DNIT tem investido em estudos de qualificação do revestimento em concreto e na atualização de normativas com o objetivo de aprimorar a qualidade de cada obra executada.
Entre os aprendizados dos últimos anos estão questões técnicas, como minimizar problemas de irregularidade longitudinal, o correto posicionamento das barras de transferência para evitar o esmagamento das juntas, a logística envolvida para a circulação da máquina pavimentadora e a redução de riscos de infiltração, evitando projetos que não contemplem o acostamento também em pavimento rígido.
De acordo com Mello, “dos 100% da malha revestida de nossas rodovias, apenas 2% é em pavimento rígido (concreto), em relação ao pavimento asfáltico”. Porém, há muito espaço para que o uso do concreto na pavimentação diminua essa desvantagem. O DNIT tem hoje aproximadamente 47 mil quilômetros de rodovias planejadas e quase 9 mil quilômetros de rodovias não pavimentadas.
Projetos de rodovias de concreto
O potencial da pavimentação rígida pode ser notado em projetos que já estão em andamento, com obras contratadas ou em fase de execução. Entre elas estão: a restauração do pavimento na BR-135, no Maranhão; a continuidade da implantação e pavimentação da BR-285, em Santa Catarina, que cruza a serra da Rocinha, na divisa com o Rio Grande do Sul; e as duplicações da BR-163/364, no Mato Grosso do Sul e da BR-222, no Ceará.
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