O concreto é um dos materiais mais essenciais na construção civil, utilizado em praticamente todas as estruturas, desde edifícios até pontes e estradas. 

A sua resistência, que se refere à capacidade de suportar cargas e pressões, é crucial para garantir a segurança e a durabilidade das construções. 

Para entender melhor sobre a resistência do concreto in loco, conversamos com Roberto Luiz Curra, engenheiro civil, fundador da Curra Engenharia e representante exclusivo para o Brasil e América Latina da Con-Cure – Concrete Maturity Solutions. Confira!

Resistência do concreto: o que é

Roberto Luiz Curra inicia a entrevista explicando exatamente o que significa a resistência do concreto: 

“É a capacidade do concreto de suportar cargas e pressões. Essa informação é fundamental para os engenheiros e construtores, pois determina a escolha do concreto a ser utilizado em uma determinada estrutura, garantindo que ela seja segura e durável”.

Logo, entender a resistência do concreto é essencial para a tomada de decisões durante o processo de construção e para assegurar que as estruturas atendam aos requisitos de segurança e funcionalidade.

A importância de fazer a verificação da resistência do concreto in loco

A verificação da resistência do concreto in loco é fundamental porque, segundo Curra, nas primeiras idades, o corpo de prova não possui a mesma resistência da peça concretada. 

“Fazer um ensaio para saber a resistência do concreto in loco é fundamental para o processo construtivo, traz mais segurança, assertividade, agilidade e economia para o processo construtivo”, afirma Curra. 

Essa abordagem permite que as equipes de construção obtenham uma avaliação mais precisa da resistência real da estrutura para garantir que atenda às especificações do projeto e para tomar decisões informadas sobre a continuidade.

Os principais métodos e técnicas de verificação da resistência do concreto in loco

No Brasil, existem diferentes normas estabelecidas para verificar a resistência do concreto in loco. De acordo com Curra, entre as principais estão:

  • ABNT NBR 7680: Concreto – Extração, preparo, ensaio e análise de testemunhos de estruturas de concreto.
  • ABNT NBR 7584: Concreto endurecido – Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão. “Este ensaio é utilizado para verificar a resistência superficial do concreto endurecido e para definir quais posições os testemunhos de concreto serão extraídos para ensaio”, observa Curra.
  • ABNT NBR 8802: Concreto endurecido – Determinação da velocidade de propagação de onda ultrassônica. “Este método é usado para analisar a homogeneidade do concreto, detectar falhas internas e medir a profundidade de fissuras e outras anomalias”, diz.

Cada um desses métodos oferece uma perspectiva diferente sobre a resistência e a qualidade do concreto, e a escolha depende das necessidades específicas do projeto e das condições de construção.

Recomendações do uso do Método da Maturidade do concreto para a verificação da resistência in loco

Embora o Método da Maturidade para verificação da resistência do concreto ainda não esteja totalmente normalizado no Brasil, Curra conta que ele é amplamente utilizado em outros países. 

“Nos Estados Unidos, o ensaio está normalizado desde 1987, sob a norma ASTM C1074-19 – Standard Practice for Estimating Concrete Strength by the Maturity Method, e já teve várias revisões ao longo desses quase 40 anos”, conta. 

No Brasil, a última revisão da norma ABNT NBR 16055, de outubro de 2022, introduziu o Método da Maturidade para calcular a resistência do concreto na idade de desforma.

“O CT 401 – Comitê Ibracon de Ensaios de Concreto está trabalhando para criar o Manual de Boas Práticas do Método da Maturidade”, antecipa.

“E acredito que, com a publicação deste manual no próximo Congresso do Ibracon, ainda este ano, esta seja a última etapa antes da ABNT abrir um grupo de trabalhos para que seja criada a norma brasileira do Método da Maturidade”, finaliza Curra.

Quer saber mais sobre o método Maturidade do Concreto?