O setor de incorporação imobiliária no Brasil tem mostrado sinais de crescimento e desenvolvimento robustos nos últimos anos. A área é impulsionada por uma combinação de fatores econômicos, sociais e tecnológicos. 

Para entender melhor esse cenário, entrevistamos Luiz Antonio França, CEO da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC).

Ele nos forneceu informações sobre o atual estado do mercado, os desafios enfrentados pelas incorporadoras e as tendências que estão moldando o futuro do setor. Acompanhe!

Crescimento e desenvolvimento do setor de incorporadoras

Segundo França, o setor de incorporação imobiliária no Brasil tem apresentado um crescimento significativo. 

“De acordo com a última edição do Indicador ABRAINC-Fipe, as vendas de novos imóveis registraram uma alta de 40,4% no acumulado de 12 meses, encerrados em fevereiro de 2024. Ao todo, foram comercializadas 173.352 unidades, o melhor resultado da série histórica iniciada em 2014”, diz o especialista.

Em sua visão, o crescimento é um reflexo do aumento da demanda por imóveis, impulsionado por fatores como a melhora das condições de financiamento e a confiança do consumidor.

Segmentos focados pelas incorporadoras

França destaca que as incorporadoras têm concentrado seus esforços em alguns segmentos específicos. “Observamos um crescimento mais significativo nas grandes cidades (capitais), em detrimento do interior”, comenta.

O CEO da ABRINC também afirma que: “Existe uma demanda crescente tanto por empreendimentos direcionados ao público de baixa renda quanto por imóveis compactos bem localizados, que apresentam boas perspectivas de investimento”.

Além disso, na visão de França, o mercado de luxo permanece aquecido, com a produção de imóveis sofisticados, de alto padrão, que incluem inovações e estão localizados em áreas privilegiadas.

Desafios enfrentados pelo setor

Apesar do crescimento, as incorporadoras enfrentam desafios consideráveis. “O funding, principalmente para o comprador de média renda, é, sem dúvida, o grande gargalo do setor”, acredita França.

Para resolver essa dor, o especialista acredita que precisamos ampliar as fontes de financiamento, hoje restritas à poupança e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). 

“Deve-se procurar estimular o mercado de securitização para que os incorporadores fiquem estimulados a originar financiamento imobiliário ao comprador a juros baixos,” explica França.

Impacto das políticas governamentais

As políticas governamentais recentes têm tido um impacto positivo no setor imobiliário. 

“As melhorias no programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ implantadas em julho de 2023, começaram a surtir efeito no mercado de imóveis voltado à menor renda”, opina França.

Ele comenta que, no segundo semestre de 2023, o programa contratou 24% a mais que no 1° semestre. 

Em termos de números, o “Minha Casa, Minha Vida” fechou 2023 com 454 mil contratações, volume 22% maior que em 2022. Além disso, houveram 42.169 unidades contratadas em janeiro de 2024, o maior volume para um mês de janeiro na história do programa.

A aprovação do FGTS Futuro também representou um marco importante. “Essa proposta permitirá que os 8% do salário pagos pelo empregador ao FGTS sejam incorporados na comprovação de renda do trabalhador ao adquirir uma moradia da Faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida”, pontua França.

Ele estima que a medida viabilize o acesso à casa própria para cerca de 60 mil famílias por ano.

França também menciona o Programa Acredita, que visa estimular a securitização e ampliar as fontes de funding setoriais para a classe média.

Tendências emergentes no mercado imobiliário

Após a pandemia, novas tendências têm emergido no mercado imobiliário. “Observa-se uma crescente demanda por imóveis mais espaçosos, bem como uma valorização das áreas verdes privativas”, explica França.

Além disso, há uma tendência em direção a construções sustentáveis que incorporam tecnologias como energia solar.

De acordo com França: “O conceito de bem-estar (wellness) está sendo cada vez mais integrado aos projetos imobiliários, visando promover o equilíbrio físico e mental dos moradores”.

O representante da ABRAINC diz que é notável a maior valorização do paisagismo nos condomínios, criando ambientes mais agradáveis e harmoniosos para os moradores.

O Papel da tecnologia na transformação do setor

O surgimento de proptechs (empresas de tecnologia focadas no mercado imobiliário) está trazendo soluções inovadoras, desde a busca e comparação de imóveis até a gestão de propriedades.

França aponta que: “Para se ter uma ideia, no recente estudo da ABRAINC feito em parceria com a Deloitte, apontamos que, atualmente, 38% das empresas do setor da construção e incorporação investem em parcerias com startups e 83% delas têm colaboração com as construtechs. Neste caminho sem volta, as empresas do setor ainda devem aumentar em 10% os investimentos em tecnologia.”

Além disso, tecnologias como realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR) estão transformando a maneira como os imóveis são apresentados e comercializados.

“Com tours virtuais, os potenciais compradores podem explorar propriedades à distância, o que é especialmente útil em um país de dimensões continentais como o Brasil”, diz o CEO.

Com um mercado dinâmico e em constante evolução, as incorporadoras brasileiras estão bem posicionadas para atender às necessidades de uma população diversificada e em transformação.

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