Depressão, síndrome de Burnout, ansiedade generalizada e crises de pânico são alguns dos problemas de saúde mental que podem ser desenvolvidos entre os trabalhadores da construção civil.
Muito se fala sobre a importância do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e adoção de programas preventivos de acidentes no campo de obras. Porém, a saúde e o bem-estar dos trabalhadores vai além da integridade física.
Quando um operário não está com a saúde mental em dia, pode ficar menos produtivo e cometer erros em suas atividades, por exemplo. Por esses e outros motivos, pensar sobre o tema é tão importante para os gestores.
Para entendermos mais sobre o tema, conversamos com o neuropsicanalista Renato Lisboa. Ele atua como socorrista em saúde mental e tem experiência prestando consultoria a empresas da construção civil.
Continue a leitura e veja as informações relevantes que ele nos trouxe sobre o tema!
Fatores de risco à saúde mental dos profissionais da obra
Na visão de Lisboa, o principal fator de risco à saúde mental dos operários é o estresse e as complicações decorrentes dele.
Para o neuropsicanalista, a pressão exercida no canteiro de obras, o aumento da flexibilidade, a precariedade laboral, a intensificação do trabalho e as práticas de assédio e intimidação são os principais fatores que ocasionam o estresse dos trabalhadores.
“O profissional que não sabe lidar com pressão (interna e externa), imprevistos e a incontrolabilidade dos acontecimentos, dificilmente conseguirá obter, ao mesmo tempo, qualidade de vida e o sucesso na carreira”, diz Lisboa.
Ele acredita também que são fatores de risco comumente associados aos profissionais da construção civil, a ansiedade, a síndrome de Burnout e as múltiplas formas de assédio.
O papel das construtoras em relação à saúde mental dos colaboradores
No entendimento de Lisboa, cabe às construtoras atuar com estratégias preventivas que venham a salvaguardar a saúde mental de seus colaboradores.
Entre elas, o especialista destaca o cuidado no processo seletivo para a contratação de novos colaboradores buscando métodos e processos mais eficientes para a colocação dos novos contratados nas áreas e setores compatíveis com o seu perfil comportamental e emocional.
Investir no conhecimento dos funcionários também é importante. Nas palavras de Lisboa:
“É interessante a contratação de cursos e treinamentos para capacitar a mão de obra, incluindo a liderança. Assim, espera-se que os líderes atuem no dia a dia em busca do equilíbrio entre o resultado e o clima organizacional”,
O neuropsicanalista também enfatiza que: “estar entre as melhores empresas para se trabalhar deve ser prioridade da alta direção das construtoras”.
Aprimoramentos que podem ser feitos no canteiro de obras para melhorar a saúde mental dos trabalhadores
Lisboa acredita que, para melhorar a saúde mental dos trabalhadores no campo de obras, as consultoras devem investir na contratação de psicólogos e psicanalistas para que eles desenvolvam programas preventivos.
“A estruturação de treinamentos como o ‘socorrista em saúde mental’ é certamente a ação mais efetiva a ser elaborada pela construtora”, observa o neuropsicanalista.
“Se a cada 25 colaboradores, haver um que tenha adquirido a habilidade e a competência de identificar colegas em situação de risco e que saiba atuar com medidas de primeiros socorros, será possível salvar vidas e evitar prejuízos financeiros decorrentes do adoecimento do trabalhador em função da situação do ambiente laboral”, completa.
Agora, pare e pense: como está a saúde mental dos trabalhadores de sua empresa? Essa é uma boa reflexão para buscar meios de melhorias para os processos produtivos do canteiro de obras.
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