Empreender no setor da construção civil não é uma tarefa fácil. Aliás, assim como em muitas outras áreas, esse trabalho requer dedicação, expertise e vontade de deixar a zona de conforto para trás.
Foi isso o que aconteceu com João Henrique Alves, um engenheiro civil paranaense que se aventurou no Mato Grosso, em 2008, e descobriu um mundo de novas oportunidades.
Hoje, com mais de 16 anos de experiência prática, ele apresenta a Papillon Artefatos e Construções, uma empresa inovadora e de referência em blocos paver e tubos de concreto.
Quer conferir a experiência do entrevistado na construção civil, um pouco mais sobre a transformação da região de Nova Mutum e a trajetória como empreendedor?
Então continue conosco e confira os tópicos principais da participação de João Alves no PoeiraCast durante o Concrete Show 2024. Boa leitura!
O início da trajetória profissional do engenheiro João Alves
João Henrique Alves se formou em Engenharia Civil no Centro Universitário FAG, no ano de 2008. Logo após a formação, o profissional recebeu uma proposta para sair do Paraná e trabalhar no Mato Grosso.
“Na época, o Mato Grosso não era tão precário quanto os que chegaram antes, mas tinha muito por acontecer. Uma cidade em desenvolvimento, as coisas acontecendo”, conta Alves.
Ele lembra que, ao chegar em Nova Mutum, eram apenas três engenheiros na cidade toda.
“Conheci quatro cidades e me interessei mais por Nova Mutum. Era a menor de todas, mas era uma cidade bem planejada”.
Ele recorda que quando chegou ao município encontrou muitos conterrâneos do Paraná e também de Santa Catarina que trabalhavam no abate da empresa Perdigão.
“Só a Perdigão hoje tem 3.800 funcionários. Mais de mil casas eles tiveram que fazer para o povo morar”.
Atualmente, o estado do Mato Grosso é conhecido por sua rica biodiversidade e vastas áreas agrícolas. “Hoje o Mato Grosso representa quase 15% do etanol do Brasil, o etanol de milho”, ressalta o entrevistado.
ASEANM: Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Nova Mutum
Questionado pelos apresentadores do PoeiraCast, João Henrique Alves conta que a ideia da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Nova Mutum (ASEANM) surgiu ainda no ano de 2008.
“A gente sempre se reunia desde 2008. E aí a prefeitura começou a ter muitos embates com projetos. Os arquitetos e engenheiros sofriam demais para aprovar projetos”, lembra o engenheiro.
“E você lá falando sozinho com a prefeitura não ganha força, aí um dia um cara falou ‘por que vocês não montam uma associação?’ Aí a gente começou a se reunir e tirou do papel essa associação para ganhar força dentro da prefeitura”.
Hoje o convidado conta que a associação e os profissionais têm condições de enfrentamento com a prefeitura, discutindo diretamente o futuro de diferentes projetos.
João Alves, atualmente, é presidente da ASEANM.
O surgimento da Papillon Artefatos e Construções
De acordo com João Henrique Alves, a Papillon surgiu a partir de uma necessidade real do estado do Mato Grosso.
“O Mato Grosso ainda é uma região carente de quase tudo. Tem tudo, mas às vezes tem tudo mal feito”, observa.
“Fiquei quase 11 anos tocando obras de infraestrutura na região, e quando eu estava atendendo uma empresa de fora que estava indo para o MT eu falei: ‘como você vai construir?’”, questionou.
A pessoa respondeu que iria construir com blocos. Prontamente, Alves respondeu que não existia essa demanda com qualidade. Foi aí que ele viu uma oportunidade.
A Papillon, criada em 2021, tem dois sócios. Alves explica o principal objetivo da empresa: “Ela nasceu com artefatos, mas não vai parar por aí. A nossa ideia é voltar para a infra com incorporação e loteamento”.
A ideia inicial, segundo o empreendedor, é oferecer um produto diferente, com certificação, quebrando o paradigma do bloco.
“Ainda tem muito essa cultura, mas a gente sabe que o tijolo está com os dias contados. Então o bloco de concreto é uma solução”, adianta.
O engenheiro explica que a ideia, desde o início, sempre foi criar uma empresa de excelência, que seja referência no mercado.
“Como o mercado aceita qualquer coisa, o cara entrega qualquer coisa. Mas quando você começa a melhorar o seu produto, aí é diferente”, enfatiza.
A Papillon inicia com duas unidades em Nova Mutum, sendo uma comercial no Centro, e a unidade industrial com um terreno de quase 10 mil m². A princípio, são produzidos blocos paver e tubos de concreto.
“São dois tamanhos de paver. Blocos vai dar mais ou menos 14 tipos da família de 14, família de 9 e família de 11,5, todos os tamanhos de canaleta, jota e meio bloco. Eu quero colocar um de cada para poder atender a todas as necessidades do projeto”.
“O bloco é mais caro que o tijolo porque o processo é muito diferente, mas o que você economiza em tempo e material… Por isso essa cultura tem que mudar”, conclui o entrevistado do PoeiraCast.