A Engenharia Civil, um dos pilares fundamentais do desenvolvimento urbano e da infraestrutura, está passando por uma revolução sem precedentes com a integração da Inteligência Artificial (IA).

Essa transformação não apenas promete otimizar processos, mas também redefine a maneira como projetamos, construímos e gerenciamos as obras.

Com a capacidade de analisar grandes volumes de dados e prever resultados, a IA permite que os engenheiros tomem decisões mais informadas e precisas, reduzindo custos e minimizando riscos.

Além disso, tecnologias como modelagem 3D, drones e algoritmos de aprendizado de máquina estão revolucionando as etapas de planejamento, execução e manutenção, trazendo eficiência e inovação. 
Mas, será que a IA é tudo isso mesmo? O especialista em Engenharia Civil, Eduardo Cavalcante, participou do PoeiraCast durante o Concrete Show 2024, e nós vamos conferir agora os principais trechos desta entrevista. Veja a seguir!

IA Generativa na Engenharia Civil: crítica versus benefícios

Logo no início da participação no PoeiraCast, Cavalcante levanta uma pauta que vem sendo bastante discutida desde que o ChatGPT começou a ser utilizado em maior escala: a possível (ou não) substituição dos empregos pela máquina.

“É normal encontrar com pessoas que criticam a IA Generativa, o ChatGPT e a utilização desse tipo de tecnologia na nossa área. Pessoas que dizem ‘vão roubar meu emprego, minha área de atuação’. Mas eu discordo. E não sou só eu”, inicia.

“A IA não vai roubar o teu emprego. Mas quem consegue operar com maestria, sim, esse cara vai tomar não só o teu emprego como a tua área”, analisa o especialista.

Ele ressalta que, atualmente, se vive um momento “optativo”. Ou seja: é possível escolher entre usar ou não a IA Generativa.

“Daqui a dois ou três anos, no máximo, não vai mais existir opção. Se você e a sua empresa não utilizarem processos com IA, vai ser humanamente impossível competirem com uma empresa que utiliza”, prevê Cavalcante.

Criação do Instituto Brasileiro de Inteligência Artificial (IBIA)

Cavalcante também falou, durante o podcast, sobre a criação do Instituto Brasileiro de Inteligência Artificial, o IBIA.

O objetivo da entidade, segundo ele, é marcar a bandeira do Brasil na pedra global de IA, que é a nova revolução industrial que se vive atualmente.

“IA é a bola da vez, é o hype. Comecei sozinho, fui trazendo outras pessoas e hoje a gente começa a formar um grupo”, explica Cavalcante, acrescentando que o IBIA está aberto a novos participantes que queiram agregar e aprender sobre o tema.

“A tecnologia está evoluindo a cada dia que passa, a gente está treinando uma série de agentes, conectando-os para deixar os processos voltados para a engenharia cada vez mais otimizados”, complementa.

No início, o IBIA era focado na área de engenharia, especialidade de Cavalcante. Hoje, o instituto atende empresas de todos os setores. Confira mais informações no site oficial do IBIA!

Alimentação diária de dados

Eduardo Cavalcante explica que o alimento da IA são os dados. Logo, é preciso fornecê-los constantemente para que ela continue funcionando perfeitamente. 

“Quanto mais dados você dá e quanto melhor você pede para ela processar esses dados, melhor é o resultado que você tem”, afirma o convidado do PoeiraCast.

Sobre o uso da IA no dia a dia da Engenharia, Cavalcante traz como exemplo uma turma de alunos de Engenharia Mecânica assistidos por ele. Conforme o entrevistado, boa parte deles são profissionais autônomos e trabalham com laudos.

“Foi aí que criamos a Iara, uma especialista em laudos de NR-12”, conta Cavalcante.

Os laudos de NR-12 que, até então, demoravam uma semana para serem feitos começaram, com o auxílio da IA, a serem produzidos mais rapidamente.

“Ele (o aluno) está deixando de fazer o laudo? Não. Só que a gente coloca a máquina para fazer a atividade burocrática, ou seja, escrever o laudo e organizar”, diz.

Sobre o processo de criação de uma IA, ele explica: “Eu pego o maior número de dados que eu tenho e eu jogo para uma IA processar. Ela processa e eu crio um modelo, um padrão e uso para treinar uma nova IA”.

Confira a entrevista completa!