Quando o assunto é construção sustentável, um tema diretamente relacionado é a certificação norte-americana Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), ou “Liderança em Energia e Projeto Ambiental”.
Ela é uma certificação aplicada internacionalmente e estabelece diversos critérios importantes relacionados à sustentabilidade.
Assim, para conquistar essa certificação é preciso ter uma pontuação mínima de 40 pontos nas seguintes categorias: implantação sustentável; eficiência hídrica; energia e atmosfera; materiais e recursos; conforto ambiental; inovação e projeto; e crédito regional.
Para falar um pouco mais sobre a construção sustentável, entrevistamos a engenheira civil Rejane Saute Berezovsky (vice-coordenadora da Câmara de Inspeção Predial – IBAPE/SP) e o engenheiro eletricista Sergio Levin (coordenador da Câmara de Inspeção Predial – IBAPE/SP).
Boa leitura!
Quais são os benefícios de ter uma construção sustentável?
Para Rejane Saute Berezovsky e Sergio Levin, existem diversos benefícios de investir em uma construção sustentável. Os principais são os cuidados com a natureza e com o planeta.
Além disso, enquadrar-se em uma construção sustentável tem um reconhecimento internacional.
Dessa forma, há a valorização comercial dos empreendimentos e a estimulação de uma cultura baseada em resultados inteligentes e eficientes, assim como a popularização de práticas mais sustentáveis no mundo.
Quais são os principais desafios da construção sustentável no Brasil?
Os entrevistados relatam que o setor da construção civil é o que mais consome recursos. Para você ter uma ideia, mais de 40% da energia produzida é utilizada nos métodos construtivos.
Isso é prejudicial por diversos motivos. Dentre eles, “Contribui com mais de 30% da emissão de gases de efeito estufa, além de demandar grande quantidade de água”, destacam os especialistas.
No entanto, Berezovsky e Levin acreditam que esse desafio pode ser encarado como uma oportunidade. Afinal, é possível criar estratégias para o uso eficiente tanto da água quanto da energia, além, é claro, do controle da emissão de gases.
Além disso, eles destacam outro desafio: “Considerando que o sistema LEED foi desenvolvido para os países norte-americanos, é preciso considerar questões regionais específicas (como geografia, economia, política e cultura locais), o que representa um esforço adicional para as soluções sustentáveis”.
Como ter mais sustentabilidade nas obras?
Dentre os recursos sustentáveis, Berezovsky e Levin citam:
- novos materiais que promovem a troca de calor com o ambiente, mantendo a temperatura interna e reduzindo o uso do ar condicionado;
- utilização de energia solar durante e após a construção, por meio do aproveitamento da luz natural;
- novos aditivos reduzem a utilização de água na construção civil e a emissão de CO₂ provocada pela produção do cimento;
- projetos utilizando eletroeletrônicos de novas tecnologias e com mais economia;
- inovações na arquitetura proporcionam integrações de espaços de forma inteligente e planejada, proporcionando qualidade de vida, segurança, conforto e economia;
- tratamento da água utilizada em tanques, pias e chuveiros, permitindo o seu reuso.
Gostou de aprender mais sobre a construção sustentável? Se sim, aproveite e complemente o seu estudo conferindo também: sustentabilidade e inovação: questão de competitividade.