Fator crucial para garantir a segurança e a durabilidade das estruturas, a maturidade do concreto tem sido um tema cada vez mais estudado pelo mercado da construção civil no Brasil, país tropical e com uma variação enorme de clima de região para região, o que influencia diretamente nos níveis de resistência do material.
O conceito de maturidade do concreto surgiu como uma necessidade de acompanhar o desenvolvimento de resistência do material em função do tempo e da temperatura, uma vez que o clima pode acelerar ou retardar o processo de cura. No Brasil, onde as condições climáticas variam drasticamente de norte a sul, entender essa relação é fundamental para garantir a eficácia das construções.
No Concrete Show 2024, principal evento de inovações e soluções para o mercado da construção da América Latina, realizado no mês de agosto em São Paulo, um dos paineis do 3º Seminário de Paredes de Concreto para Prédios Altos, foi o de Roberto Curra, fundador e CEO da Curra Engenharia, que falou sobre a importância da maturidade do concreto e recomendações para uma medição mais precisa nos empreendimentos nacionais.
Segundo o especialista, o estudo desse tema vai desde as condições ambientais no canteiro de obra até as propriedades específicas do concreto durante seu ciclo de cura. Seguindo algumas regras, é possível não apenas evitar falhas estruturais e prolongar a vida útil das construções, mas também proporcionar um diferencial de mercado para uma construtora.
“Estamos falando de planejamento para que a sua empresa seja mais competitiva em relação à concorrência. Primeiro, é preciso ter controle sobre o quanto eu compro de concreto, para que o ciclo construtivo não seja interrompido. Depois, correlacionar a resistência do concreto com a temperatura da região, a umidade do ar e a velocidade dos ventos, transformando temperatura em resistência com uma curva de maturidade para cada estação do ano”, explicou Roberto Curra.
Melhores práticas para medição de temperatura e resistência do concreto
A medição da maturidade do concreto é um processo contínuo, que exige o uso de tecnologias como sensores térmicos e softwares que permitem aos engenheiros acompanharem em tempo real o desenvolvimento da resistência.
Roberto Curra explicou que em regiões de clima quente, como o nordeste brasileiro, o concreto pode alcançar a maturidade mais rapidamente, mas isso não significa que a estrutura está pronta para suportar cargas pesadas. Já em regiões mais frias como o sul, o concreto pode demorar mais para atingir a resistência ideal, o que pode gerar atrasos no cronograma da obra.
“Para a medição de temperatura do concreto, é essencial que o sensor seja colocado no elo mais fraco da estrutura, geralmente próximo à superfície, entre 5 e 10 centímetros do chão. Não é recomendado medir as paredes internas, porque há interferência do calor da estrutura no ganho de resistência. Posicione o sensor nas paredes externas, exatamente onde tem mais incidência de sol e vento. Se aquele ponto estiver resistente, toda a obra também estará. Essa é a lógica da maturidade”, completou o CEO da Curra Engenharia.
LEIA MAIS: