Os pisos industriais representam um segmento de grande importância quando falamos de obras na construção civil, e seu reparo e manutenção demanda grande atenção de empresas especializadas que atuam no segmento.
O tema foi abordado na palestra “Reparos nas manutenções de pisos industriais”, realizada durante o 14º Seminário de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho, uma das muitas atrações de conteúdo especializado do Concrete Show 2022.
A engenheira Eliana Holanda Lima, Gerente de Negócios e Produtos em Alimentos, Bebidas e Linha Pisos da Sherwin Williams do Brasil, falou sobre o tema no evento.
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O uso dos Revestimentos de Alto Desempenho (RAD) para o reparo de pisos
Iniciando sua apresentação, Lima apresentou um quadro destacando o esquema genérico de pisos de concreto.
A engenheira observou que, quando bem projetado, o concreto atende a maioria das necessidades industriais e serve como base para receber o Revestimento de Alto Desempenho (RAD), que tem a função de proteger este concreto.
“Infelizmente o projeto muitas vezes já nasce errado. Existe também a condição da má execução, de uma formulação inadequada, e com isso interferir diretamente na aplicação de revestimentos, e o cliente acredita que o executor de RAD é responsável pela reparação ou conserto deste piso”, comentou ela.
A especialista explicou que tais patologias podem também ser formadas durante o uso. Ela observou que a reparação com o revestimento de alto desempenho torna possível corrigir problemas que possam surgir.
“Os desafios que nós temos sempre são o custo elevado. O efeito colateral que essa manutenção tem é que você diminui o tempo produtivo de execução, minha produção acaba sendo prejudicada, e também o desgaste e aumento da manutenção dos equipamentos de transporte, assim como acidentes”, diz ela.
Lima apontou que alguns clientes acreditam que, para baratear o custo, é possível não utilizar o RAD, porém ela destaca que no longo prazo isso aumenta o custo de tal manutenção. Ela aponta também o tempo de processo como desafio, já que muitas vezes não é possível parar a produção nem as vendas para tal ação.
“Pisos alimentícios e farmacêuticos não podem sofrer contaminação. Quando eu tenho o piso sendo executado, automaticamente ele sofrerá contaminação, esse é um dos maiores pesadelos para nós executores de RAD”, explicou.
As patologias da manutenção de pisos que podem ser corrigidas com RAD
A especialista também comentou que é vital utilizar mão de obra especializada, evitando com que a manutenção dos pisos seja feita de forma errônea e cause ainda mais problemas. Lima apontou que tem havido um movimento dos fornecedores de RAD para oferecer mais capacitação de mão de obra.
Ela destacou ainda as principais patologias que ocorrem no meio, como trincas, buracos, delaminação, desgaste por abrasão, esborcinamento de juntas e umidade ascendente por contaminação, que podem ser solucionadas pelo uso do RAD, mas que, em determinadas situações, é preciso de outras intervenções.
“O defeito já acontece muitas vezes em um projeto que não foi bem executado. Lembrando que existem patologias que devem ter intervenção civil”, disse.
A engenheira prosseguiu: “Eu preciso alinhar a expectativa do cliente em relação ao executor de RAD, já que não existe milagre. Algumas patologias eu consigo resolver, e outras eu preciso da intervenção da engenharia civil.”
A especialista da Sherwin Williams também reforçou a grande importância de se utilizar os equipamentos corretos, o que, muitas vezes, não é levado em conta para a manutenção de pisos.
“As ferramentas de trabalho inclusive impactam no custo do executor. O cliente final não vai ter a percepção do custo, porém na maioria das vezes nós percebemos que as equipes não fazem a conta dessa importância”, analisou.
A palestrante acrescentou: “É preciso que o executor tenha um check list dos equipamentos para a manutenção, pois muitas vezes os equipamentos de reparo são diferentes dos da execução.”
Exemplos de reparos para uma boa manutenção de pisos industriais
Continuando em sua apresentação, Lima falou sobre como muitas vezes tais patologias são consideradas apenas na questão estética, quando elas são também estruturais.
“Enfatizo que é importante que os colegas, executores e aplicadores, expliquem que a trinca indica que existe uma necessidade de proteção, e que se eu não reparar, eu vou acabar ajudando até a causar a formação de novas trincas”, disse ela.
A engenheira apresentou alguns casos de situações ocorridas em pisos industriais que foram corrigidas com o uso do RAD. Ela apontou que, além de realizar o reparo local, dependendo da profundidade da trinca, é possível utilizar mais ou menos agregado, como a argamassa Epóxi, que permite a flexibilização.
“Os fabricantes hoje se preocupam com a velocidade de cura para proporcionar também uma velocidade maior de reparação e de execução do tempo total, permitindo que eu consiga fazer reparações no mesmo dia”, analisou.
Lima também comentou que buracos são patologias comuns, que provocam defeitos e danos nos equipamentos de transporte que passam por aquele piso, causando até mesmo acidentes. Ela reforça:
“Uma vez identificada a anomalia, eu preciso realizar o reparo o mais rápido possível, pois se não ele pode aumentar de extensão. Os buracos também representam que o piso muitas vezes não tem a resistência proposta.”
Uso do uretano cimentício como alternativa para pisos industriais
Outro exemplo de produto utilizado para o reparo de pisos industriais apresentado por Lima foi o uretano cimentício.
A engenheira comentou que é importante que os clientes tenham tais produtos em seu estoque para o caso de manutenções. Ela cita o exemplo de câmaras frias usadas em algumas indústrias.
“Nós temos procedimentos especiais onde a tecnologia uretânica vai sofrer e absorver essa força, e também suportar o congelamento e descongelamento, já que a diferença de temperatura faz que a umidade permeia e o concreto fique mais fraco”, explicou a palestrante.
“Os equipamentos param no meio, dentro ou fora, parando na porta, o que causa esse desgaste. Eu não posso muitas vezes utilizar produtos tão rígidos, mas o uretano, embora seja rígido, ele tem resina. Então eu tenho que ter cuidado mas posso o utilizar”, complementou.
Lima ainda reforçou que o agente atua como proteção também contra fungos e bactérias causados pela umidade, assim como o uso de anti-derrapantes para as máquinas e o fluxo de pessoas.