Ter uma boa gestão financeira pode tornar uma obra menos custosa e mais ágil, trazendo benefícios que vão da economia em materiais e mão de obra até uma entrega antes do prazo previsto.

Porém, para que tal gestão seja feita de forma adequada, é preciso contar com profissionais especializados e preparados que acompanhem o projeto de suas fases iniciais até sua conclusão no canteiro.

Tutora do curso técnico em Design de Interiores Senac EAD, Suzane Miritz Gattiboni Lopes conversou conosco sobre o tema. Siga acompanhando este artigo para saber as opiniões da especialista sobre o assunto!

7 dicas para a gestão financeira na obra

A nosso convite, Lopes elencou sete dicas que podem ajudar você que é engenheiro, arquiteto, mestre de obras ou profissional responsável pelo andamento ou setor financeiro da área construtiva a tornar esse processo mais equilibrado.

  1. Faça um planejamento financeiro detalhado

“Fazer um planejamento financeiro detalhado para a gestão financeira na obra é crucial para garantir que o projeto seja concluído dentro do orçamento e no prazo previsto”, observa a especialista.

Ela prossegue: “Um planejamento financeiro detalhado envolve estimar custos; criar um cronograma de pagamentos; estabelecer um orçamento com base nas estimativas de custos e no cronograma de pagamentos; monitorar os custos e revisar e ajustar o planejamento financeiro à medida que o projeto evolui, considerando as mudanças nas condições do mercado ou no escopo do projeto.”

  1. Elabore e gerencie um orçamento preciso

“Um orçamento preciso depende de sete fatores. O primeiro deles é ter o projeto executivo e o memorial descritivo da obra que indique quantos e quais materiais serão utilizados para sua execução”, observa Lopes.

Ela continua: “O segundo é realizar uma lista dos serviços a serem executados considerando uma composição de preço específica, e o terceiro é ponderar os custos diretos e indiretos. Entende-se por custos diretos itens para a obra, como: estruturas, materiais de construção, metais, revestimentos, objetos para instalações elétricas e hidráulicas, louças, etc.”

A especialista complementa: “O quarto é ter conhecimento sobre taxas, impostos e o lucro que se deseja ter com a obra, pois quando estes elementos não são considerados e o valor não é repassado ao cliente, o lucro se torna inexistente.”

“O quinto fator refere-se ao cálculo do BDI da obra, este é um item que trará segurança ao seu orçamento. O termo BDI é uma abreviação de Benefícios e Despesas Indiretas, e está relacionado com a porcentagem de custos indiretos e dos lucros de uma obra”, específica ela.

Lopes cita outros pontos importantes nesse aspecto: “O sexto está relacionado ao preço de venda da obra. Ele deve ser considerado somando os custos mais os lucros. Por último é necessário realizar o fechamento do orçamento. Neste momento é importante verificar e revisar todos os itens inclusos.”

  1. Acompanhe os gastos e fluxo de caixa diariamente

Sobre o fluxo de caixa, a tutora do SENAC EAD diz crer que “o controle diário de caixa é fundamental para o sucesso de uma obra, auxilia no planejamento estratégico para o aumento das receitas ou redução das despesas.”

Ainda segundo ela, “por meio dele é possível verificar quaisquer erros ou gargalos, possibilitando aos gestores da obra uma visão completa em relação às entradas e saídas de dinheiro.”

Nossa entrevistada continua: “Além disso, o setor da construção possui uma característica particular que é a diversidade de fornecedores. Dessa forma, é importante um sincronismo entre as receitas e despesas projetadas e as necessidades de financiamentos, o que justifica a importância de um fluxo diário.”

  1. Controle o estoque de materiais

Falando sobre o controle dos materiais utilizados na construção, Lopes elenca três pontos. São eles:

“Ter um inventário de materiais, saber quais são os produtos armazenados e classificá-los, criando um sistema de organização que proporcione encontrar e repor os materiais de maneira eficiente; ter cuidado com o armazenamento dos materiais, cada item deve ter o seu lugar; ter controle sobre a entrada e saída de materiais, documentar cada movimentação é essencial, entrada em estoque, saída de estoque e transferências.”

Ela acrescenta com mais um conselho: “Devem-se criar documentos específicos para realizar estes registros.”

  1. Negocie com fornecedores

Sobre as negociações com os fornecedores de itens utilizados na obra, nossa fonte observa que é preciso “ter total conhecimento do seu orçamento e dos seus prazos, além de estudar seu fornecedor e o mercado para ter uma ideia de média de preços.”

Ela continua, reforçando aspectos como “ter um planejamento, manter o estoque organizado e não precisar de compras emergenciais é sempre uma boa estratégia; ter sempre várias opções de fornecedores, depender de um único pode trazer boas dores de cabeça.”

Lopes completa: “Além disso, também poderá negociar valores. Se a comunicação falhar, a cotação será imprecisa e não haverá negociação. Crie relações de longo prazo com seus fornecedores, toda negociação e transação, independente do setor, é baseada em confiança.”

  1. Adote práticas sustentáveis

Essencial nos dias atuais, as práticas sustentáveis e ações ESG são primordiais na hora de realizar uma boa gestão financeira. 

Sobre o tema, a representante do SENAC EAD relata que “otimizando etapas no canteiro de obras, há uma redução de gastos. Contenção na geração de resíduos, uso inteligente dos insumos e controle produtivo, também são fatores que diminuem os custos ao longo da obra.”

Ela continua, observando que “construções verdes, que são edificações ecologicamente corretas, poderão contar com financiamentos e descontos em impostos fiscais. Benefícios financeiros para a obra e para o meio ambiente.”

Citando algumas ações que podem ser consideradas, ela destaca que “as tecnologias sustentáveis mais utilizadas em construção civil são: telhado verde, iluminação natural, uso de pré-moldados, energia limpa e captação de água da chuva.”

  1. Invista em treinamento da equipe

Finalizando, Lopes ressalta que treinar a equipe também tem grande importância no controle financeiro, pois, segundo ela, “o treinamento gera um aumento da produtividade por meio da motivação das equipes.”

A tutora dá mais detalhes: “Ele também proporciona: alinhamento da execução das etapas aos objetivos das obras, redução de erros e retrabalhos, cumprimento das Normas Regulamentadoras, redução de acidentes, maior controle dos cronogramas, além de uma gestão eficiente de orçamentos.”

“Um trabalhador que recebe treinamentos específicos para desempenhar determinada tarefa trará sempre melhores resultados, com menos erros e maior qualidade. Todos ganham”, conclui Lopes.

Aproveite e continue conosco! Leia agora nosso guia da logística para a execução da obra.