A indústria da construção civil, pulsante e vital para o crescimento econômico, encontra-se diante de um desafio importante: a deficiência de mão de obra qualificada.

Enquanto os edifícios alcançam novas alturas, as equipes encaram a dura realidade de uma escassez de talentos. Neste cenário, a busca por soluções não reside apenas na ampliação dos canteiros de obras, mas na liderança capaz de transcender as limitações impostas por esse déficit.

Para superar essa questão e garantir o sucesso das operações, algumas estratégias de liderança tornam-se indispensáveis. 

Buscando entender mais sobre isso, conversamos com Elias Awad, administrador, jornalista, escritor, palestrante e pós-graduado em Liderança e Gestão de Pessoas e Equipes. Veja abaixo o que ele nos falou sobre o assunto!

Os principais impactos da escassez de mão de obra qualificada na indústria da construção hoje

Awad observa que a escassez de mão de obra qualificada não é um desafio enfrentado apenas pelo setor da construção civil, mas sim pelos mais diversos segmentos da economia atual.

Para ilustrar a opinião, ele cita um estudo realizado em parceria pelo Boston Consulting Group e a Federação Mundial de Associações de Gestão de Pessoas que entrevistou cerca de 7 mil líderes de Recursos Humanos que atuam nos mais diversos setores. 

“O resultado mostra que a carência de talentos qualificados é avaliada como o mais significativo obstáculo a ser vencido pelos gestores de RH no país. É realmente um ponto estratégico, tanto que a falta de profissionais capacitados no mercado preocupa mais de 70% dos líderes de RH”, diz Awad.

Estratégias específicas eficazes para recrutar e reter profissionais qualificados na área da construção

O entrevistado explica que o melhor dos caminhos para minimizar a falta de mão de obra especializada no setor da construção civil é o constante investimento em preparação, cursos e qualificação, tendo um plano de carreira definido a cada um dos colaboradores. 

“Sempre há um ou mais colaboradores prontos para assumir um posto acima daquele que exerce e, paralelamente, há outros em estágios de preparação. Dessa forma, esse impacto pode ser diminuído”, opina.

No caso específico da necessidade de contratação ou ampliação do quadro de colaboradores, Awad acredita que a carência de mão de obra qualificada é um grande problema a ser vencido.

“Caso na empresa não haja algum profissional pronto para promoção, aí então resta a opção de buscar alguém pronto no escasso mercado. Em áreas extremamente técnicas, como a construção civil, o entrave se agrava”, reflete.

Durante os anos de trabalho, Elias Awad explica que pode perceber os diferentes modelos de gestão de pessoas adotados pelas empresas. Enquanto umas utilizam a troca de setores como recurso, outras entendem que o melhor desempenho se dá fora da área de expertise. 

“Não há uma fórmula exata. Também em casos de contratação para áreas de liderança, recorrer a empresas de colocação e recolocação de executivos no mercado pode ajudar e também encurtar o caminho para encontrar o profissional ideal e que se adeque às exigências da companhia”, aconselha. 

De que maneira a colaboração entre diferentes setores tem sido explorada para enfrentar a escassez de mão de obra? 

Conforme o convidado, a parceria público-privada (PPP) deve ser ainda mais explorada visando a promoção do ensino e qualificação.

“Desta forma, será possível aproximar as estruturas públicas das empresas, que assim podem investir no hoje, garantindo a formação de profissionais qualificados e com valores definidos para o amanhã”, opina.

“Talvez o investimento de uma empresa de determinado setor possa inicialmente ajudar uma organização que atue em outra área. Mas, certamente, essa recompensa virá adiante. Assim, com as PPPs o objetivo principal é ‘fazer o bem, sem olhar a quem’”, conclui Awa.

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