Quando se trata de obras e construções, a impermeabilização é um elemento crucial para garantir a durabilidade e a proteção das estruturas.
Inclusive, a escolha do tipo correto de impermeabilização é fundamental para evitar problemas como infiltrações, umidade excessiva e danos estruturais.
Para falar sobre os principais tipos de impermeabilização disponíveis atualmente, conversamos com Priscila Bezerra, engenheira civil e fundadora da PB Obra Seca Projeto e Consultoria em Impermeabilização. Acompanhe abaixo!
Principais tipos de impermeabilização da atualidade e suas aplicações
Priscila Bezerra explica que atualmente existem 4 categorias diferentes para classificação química dos impermeabilizantes. São elas:
- Cimentícias: “Produtos que apresentam cimento em sua composição, como, por exemplo, argamassa polimérica e membrana de polímero acrílico com cimento.”
- Asfálticas: “Impermeabilizantes a base de asfalto, como, por exemplo, emulsão asfáltica, mantas asfálticas e membrana de asfalto elastomérico.”
- Cristalizantes: “Nomeados como redutores de permeabilidade, podendo ser adicionados ao traço do concreto (aditivos cristalizantes incorporados ao concreto) ou aplicados por pintura (cristalização integral aplicado sobre o concreto).”
- Poliméricos: “Impermeabilizantes que são formulados utilizando polímeros, como, por exemplo, membrana de poliuretano, manta PVC, membrana acrílica, manta TPO e membrana epóxi.”
Classificação da impermeabilização quanto à flexibilidade
Referente a classificação quanto a flexibilidade, a especialista acrescenta que existem duas alternativas: os impermeabilizantes rígidos e os flexíveis.
“Os materiais impermeáveis que são rígidos devem ser aplicados em estruturas que não estarão sujeitas a fissuração, pois apresentam um Crack Bridging Ability pequeno, ou seja, apresenta uma baixa capacidade de suportar abertura de fissuras antes do seu rompimento”, explica a profissional.
“Já os impermeabilizantes flexíveis apresentam um Crack Bridging Ability maior, logo terão mais capacidade de absorver fissuras ou deformações da estrutura a qual ele estará aplicado”, acrescenta ela.
Outra classificação importante, segundo Priscila Bezerra, é quanto a forma de aplicação.
“Existem os materiais pré-fabricados que são chamadas de mantas e os materiais moldados no local que tecnicamente são chamados de membranas”, continua.
Ela ressalta ainda que o termo ‘manta líquida’ não existe no meio técnico, contudo as fábricas o utilizam para facilitar a comercialização das membranas.
“O mercado brasileiro é extremamente adepto às mantas e quando as membranas chegaram no Brasil não tiveram boa aceitação até que o setor de marketing de alguns fabricantes começou a utilizar o termo ‘manta líquida’ e melhorar a aceitação das membranas nacionalmente”, revela.
Impermeabilização: ‘83% dos problemas nas edificações brasileiras estão ligados à falha ou falta’
A engenharia também relembra que a impermeabilização é um item de extrema importância para evitar problemas com infiltrações.
Conforme pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), citada pela entrevistada, 83% dos problemas das edificações do país estão ligados, atualmente, à falha ou falta de impermeabilização.
Logo, a determinação dos sistemas de impermeabilização utilizados em uma obra devem ser feitos por uma empresa especializada na elaboração do Projeto de Impermeabilização.
“Analisamos diversos fatores da obra, como, por exemplo, expectativa de vida útil do sistema de impermeabilização que o contratante deseja, cronograma da obra, cotas e sobrecargas disponíveis em cada área, agressividade ambiental, localização geográfica da obra em decorrência do clima”, explica Bezerra.
“E a disponibilidade de mão de obra e matéria prima para executar os serviços, item de extrema importância, visto que o Brasil é um país continental que apresenta uma vasta diversidade de climas e tal diversidade interfere na aplicação dos sistemas de impermeabilização”, conclui nossa entrevista.
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