Na indústria da construção civil, os andaimes representam não apenas estruturas temporárias para acesso, mas também pilares essenciais para a segurança e a eficiência de qualquer projeto.

Desde as antigas construções até os arranha-céus modernos, os andaimes desempenham um papel crucial na elevação e manutenção de edifícios.

No entanto, além de sua utilidade óbvia, eles devem atender a critérios rigorosos de segurança, eficiência e montagem para garantir que o trabalho seja concluído com sucesso e sem incidentes.

Para falar sobre o uso dos andaimes na construção, entrevistamos Erick Barros, gerente técnico da SH. Acompanhe para se informar sobre o assunto!

Norma Regulamentadora 35 – Trabalho em Altura

A Norma Regulamentadora 35, publicada em 23 de março de 2012 pela portaria n.º 313, não fala especificamente sobre a utilização de andaimes, mas sim sobre o trabalho em altura de um modo geral. 

“Os andaimes enquadram-se nesta categoria assim como toda atividade com diferença de nível acima de dois metros do inferior, onde haja risco de queda”, explica Erick Barros.

A NR-35, segundo o entrevistado, determina as responsabilidades dos envolvidos nos trabalhos em altura, autorizações, capacitação e aptidão do colaborador, planejamento e organização, sistemas de proteção contra quedas e ações de emergência e procedimentos de salvamento.

Já a NR-18 – Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção especifica com mais detalhes os requisitos para o desenvolvimento de projeto, montagem e segurança em andaimes.

“Todas as atividades referentes ao projeto, montagem e uso de andaimes devem ser baseadas nestas duas normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego”, comenta.

O andaime ideal para a sua obra

Se você está na fase inicial de uma obra, já deve ter pensado sobre o modelo ideal de andaime para garantir a segurança dos colaboradores, certo? Como são muitos tipos, é natural que surjam algumas dúvidas. E é sobre isso que vamos falar agora:

1. Andaime fachadeiro

O andaime fachadeiro é um modelo de acesso de poucas peças. Possui quadros verticais com modulações de altura de dois metros e plataformas horizontais que podem possuir piso metálico incorporado ou servir de suporte para os de madeira.

Os acessórios deste tipo de andaime são as bases reguláveis, guarda-corpos e diagonais que estabilizam o sistema. 

“São aplicáveis em edificações e erguidos nas fachadas criando áreas de acesso para serviços de construção, como aplicação de revestimentos ou de reforma, manutenção ou retrofit”, ressalta Barros.

O convidado acrescenta que este modelo de andaime proporciona uma área de passagem de um metro de largura.

“Por serem geralmente vedados com telas oferecem certa liberdade com segurança ao trabalhador. Os acessos entre pavimentos são por meio de escadas do tipo marinheiro acopladas à plataforma ou alçapão”, acrescenta.

O sistema de andaime fachadeiro exige uma ancoragem na estrutura a cada 20m² para estabilidade em grandes alturas e segurança contra sobrecargas em geral.

“O vento é um componente importante a observar no dimensionamento das ancoragens e é um fator de risco no projeto que deve ser muito bem observado”, alerta.

2. Andaimes móveis

Já os andaimes móveis são compostos por torres modulares. Possuem quadros de dimensões variadas, podendo ir desde 1m x 1m até dimensões maiores como 2,50m x 2,50m.

“Além do quadro, são compostos por pisos metálicos, guarda-corpos e rodízios que podem ser totalmente metálicos, revestidos de borracha ou totalmente de borracha”, explica o entrevistado. 

Conforme Barros, este modelo é aplicável em trabalhos mais rápidos onde a montagem e desmontagem de andaimes fixos torna o serviço pouco produtivo ou caro.

“A sua limitação é a altura que deve ser no máximo quatro vezes o comprimento do seu menor lado”, detalha.

Para garantir a segurança, os andaimes com utilização de rodízios devem ser apoiados sobre uma superfície capaz de resistir aos esforços solicitantes e às cargas transmitidas.

“Devem ser utilizados somente sobre superfícies horizontais planas e possuir travas, de modo a evitar deslocamentos acidentais. É proibido o deslocamento das estruturas do andaime com trabalhadores sobre eles”, orienta. 

3. Andaime tubular ou tubo roll

Os andaimes tubulares são empregados em situações em que os modulares, com quadros ou postes, não conseguem chegar devido às dimensões ou procedimentos de montagem.

“Geralmente são usados em serviços de manutenções industriais e plataformas offshore onde os acessos são complexos, sem pontos de apoio e que exigem montagem penduradas ou em balanços”.

Para a sua fabricação são utilizados tubos de aço galvanizado com diâmetro de 48mm. A montagem é feita com braçadeiras fixas e móveis, além de luvas, perfis, pranchas, barras de ancoragens e chumbadores mecânicos.

“A montagem exige prática e, geralmente, uma chave de catraca é suficiente para um profissional experiente montar estruturas altas e de geometrias complexas com projeções e balanços, ou entre tubulações de áreas industriais”, comenta Barros.

4. Andaime suspenso | balancim

Este tipo de andaime é aplicado na manutenção de edifícios onde não há a possibilidade de montagens de andaimes apoiados. Ele é usado, principalmente, para a pintura de fachadas, tratamento de trincas, entre outros serviços.

5. Andaime multidirecional

Já o andaime multidirecional é o sistema mais prático e versátil existente. Ele é constituído por postes com rosetas de encaixe e travessas que possuem garras de fixação no poste e acessórios como pisos, bases fixas e móveis, guarda-corpos e diagonais.

“Não exige elevada qualificação para a sua montagem, bastando o martelo como ferramenta já que as conexões são feitas por meio de cunhas”, cita o convidado.

É fabricado em aço galvanizado, atendendo aos requisitos para uso em ambiente industrial e pode ser montado praticamente sem limite de altura.

“O padrão de encaixe das rosetas permite que os projetos atendam geometrias variadas, como tipologias retangulares ou circulares, e é utilizado como componente de escadas modulares”, ressalta Barros.

6. Andaime industrial

Os andaimes industriais, por sua vez, se referem a qualquer modelo que atenda aos requisitos do ambiente industrial, podendo ser modulares, multidirecionais ou tubulares.

Andaime para a construção: comprar ou alugar? 

A decisão de compra ou locação dos andaimes exige que sejam avaliados diferentes fatores na fase de orçamento da obra. Vamos conferir agora alguns pontos importantes a serem considerados:

Duração da obra

Considerar a duração da obra é um fator essencial. Caso ela seja muito longa e, dependendo do volume de equipamento alugado, o valor pago em locação atinge o da compra. 

Reutilização dos equipamentos em outras obras

Caso a construtora ou contratante possua diversos empreendimentos, a aquisição dos equipamentos pode ser mais interessante do que a locação.

Logística e manutenção

A aquisição gera a necessidade de gestão dos ativos, sendo necessário a capacidade de distribuição nos empreendimentos ou dentro de uma única obra muito grande, incluindo a capacidade de manutenção e reposição de peças.

“A manutenção vai garantir a vida útil dos equipamentos. A equipagem de acessórios garantirá a usabilidade em todas as situações da obra, mantendo a segurança necessária e evitando perdas de produtividade, além de ser eficiente para peças faltantes”, explica o gerente técnico da SH.

Profissional/empresa de confiança

Para ser ainda mais assertivo nesta questão, Erick Barros orienta sobre a necessidade de procurar um profissional e/ou empresa qualificada que possa oferecer conselhos de acordo com a necessidade individual de cada obra. 

Passo a passo para uma instalação segura de andaime 

A montagem de um andaime precisa seguir alguns procedimentos importantes que incluem:

  • Verificar se o projeto atende ao escopo do empreendimento;
  • Avaliar a área de montagem e entorno;
  • Fazer um checklist das ferramentas e equipamentos necessários, incluindo EPIs;
  • Montar de acordo com o projeto;
  • Ancorar os andaimes em pontos rígidos.

“Todas as áreas de trabalho devem ser liberadas para uso por profissional responsável, que precisa verificar a integridade da estrutura e o atendimento ao projeto. Todas as diferenças entre montagem e projeto devem ser registradas e corrigidas”, conclui Erick Barros.

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