Os diferentes tipos de brita estão entre os materiais mais importantes para a construção civil. Inclusive, são a principal matéria-prima para a produção de concreto, que é indispensável na maior parte dos projetos no Brasil.   

O Ministério de Minas e Energia (MME) define a brita como o produto do processo de cominuição (fragmentação) de vários tipos de rocha. Ela é formada a partir da detonação de blocos maiores, extraídos de rochas duras.  

Os tipos mais comuns de rocha usados na produção de brita são granito, gnaisse, calcário e basalto. Para ficar no tamanho que conhecemos, após a detonação da rocha, ela passa por um processo conhecido como britagem e, em seguida, por peneiramento.  

Existem diferentes tipos de brita, com uma ampla variedade de aplicações industriais e construtivas, desde a construção de casas até a pavimentação de estradas. Cada um é classificado de acordo com o tamanho dos grãos, característica conhecida como granulometria.  

De acordo com o MME, existem sete tipos de brita, considerando sua granulometria: o pó de brita e as britas 0, 1, 2, 3, 4 e 5. Cada um deles, bem como as especificações das rochas, é adequado a uma finalidade.  

É o que afirma Márcio Leão, geólogo e pós-doutor em Geotecnia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Segundo ele, todas as características que influenciarão a brita podem ser avaliadas por meio das propriedades da rocha de origem.  

“Na pavimentação, por exemplo, em termos de resistência mecânica, há a preocupação com a fragmentação de arestas [construção e operação], modificando a granulometria e influenciando a deformabilidade, reduzindo a resistência ao cisalhamento”, diz.  

O geólogo ainda reforça que a brita deve ser escolhida de acordo com a finalidade de cada projeto, podendo ser realizados ensaios para a caracterização de suas propriedades. 

Tipos de brita e suas propriedades

A brita é um material de uso amplo e diversificado na indústria da construção. Para fazer a escolha do tipo de brita correto, é preciso primeiro entender a classificação quanto à granulometria.  Veja abaixo a descrição e os principais usos dos diferentes tipos de brita:  

 

  • PÓ DE BRITA

Utilizado na produção de concreto de textura fina, o pó de brita possui malha variando entre 0 mm e 5 mm.  Por oferecer alta maleabilidade, também é muito utilizado na usina do asfalto — especialmente em calçadas —, na argamassa para contrapisos e em estruturas de concreto pré-moldado. 

 

  • BRITA 0 OU PEDRISCO

A brita 0 ou pedrisco também possui malha pequena, com granulometria variando de 4,8 mm a 9,5 mm. É mais comumente utilizada na construção de lajes pré-moldadas, vigas e vigotas, blocos de concreto intertravado e acabamentos em geral.

 

  • BRITA 1

Esse é o tipo de brita mais utilizado pelas construtoras brasileiras, com malha variando entre 9,5 mm e 19 mm. É o mais encontrado na produção de concreto, além de servir como base para construção de vigas, lajes e colunas. 

 

  • BRITA 2

Por ser mais grossa — com granulometria entre 19 mm e 25 mm —, a brita 2 é utilizada na formação do concreto bruto, um tipo mais resistente utilizado em fundações e pisos de maior espessura. 

 

  • BRITA 3

Com malha de 25 mm a 50 mm, a brita 3 não é muito utilizada na produção do concreto. É mais indicada para a construção de aterros, lastros ferroviários e drenos. 

 

  • BRITAS 4 e 5

Esses dois tipos de brita possuem aplicações bem específicas, devido à sua alta granulometria (entre 50 mm e 76 mm para a brita 4 e entre 76 mm e 100 mm para a brita 5).  

Também podem atuar em lastros ferroviários, além de serem mais utilizadas no saneamento, com a construção de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), reforços de subleitos, gabiões, sumidouros e tubulões. 

Como escolher o tipo de brita adequado 

Qualquer rocha pode ser britada e utilizada na construção. No entanto, para que atenda às especificidades de cada trabalho, é importante considerar alguns atributos físicos. Leão afirma que, para escolher os tipos de brita adequados, também é preciso entender a geologia e o uso final do produto.   

“Alguns tipos de rochas não atendem às especificações físicas necessárias. Por exemplo, a rocha pode ser muito branda ou quebrar devido ao intemperismo físico”, afirma.  

De acordo com ele, vários testes físicos são necessários para determinar a adequação do tipo de rocha que servirá como matéria-prima da brita. Entre eles estão os ensaios de abrasão, que mede a dureza e durabilidade da rocha; de absorção, para determinar o grau de porosidade; e de resistência à compressão e à tração.  

Além disso, é necessário considerar a massa específica da rocha, para calcular a tonelagem.

“As rochas de menor massa específica são preferidas pelos produtores de concreto e asfalto devido ao menor volume, o que as torna mais econômicas”, explica o especialista.  

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