O Concrete Show South America 2025, que acontece entre os dias 19 e 21 de agosto, no São Paulo Expo, é o principal evento do setor na América Latina.

O Congresso Construindo Conhecimento iniciou com debates fundamentais sobre o futuro da construção civil brasileira. As programações promovidas pelas associações ABESC e Ibracon trouxeram à tona tecnologias inovadoras como o Pavimento Urbano de Concreto (PUC), sistemas de monitoramento estrutural e impressão 3D em concreto.

Com foco em sustentabilidade e eficiência, especialistas demonstraram como estas soluções podem revolucionar o mercado, reduzindo custos, diminuindo a pegada de carbono e otimizando recursos em um cenário onde a construção civil busca alinhar-se às metas globais de neutralidade de carbono até 2050. Saiba mais a seguir!

4º Congresso ABESC

Abrindo o primeiro dia do Concrete Show 2025, um dos assuntos abordados foi o PUC – Pavimento Urbano de Concreto. Em seu discurso de abertura, Álvaro Barbosa, coordenador técnico da ABESC, destacou que “não estamos inventando a roda; apenas o que estamos fazendo é pegar as principais práticas e as informações disponíveis”, visando fazer o melhor uso dessa técnica. 

Confira a seguir os alguns dos principais destaques dos painéis do Congresso ABESC:

Desmitificando o projeto do PUC – Pavimento Urbano de Concreto

    O Pavimento Urbano de Concreto possui algumas vantagens em relação ao asfalto e, inclusive, é apontado pela engenharia como uma opção cada vez mais viável para o setor. No painel, o engenheiro Eduardo Tartuce, sócio da MixDesign, explicou algumas razões para tal afirmação, além de desmistificar alguns mitos que circundam o PUC. 

    O especialista aponta que o PUC é o futuro da pavimentação, visto que traz economia a longo prazo, possui uma resistência superior e, não menos importante, apresenta um melhor conforto técnico, pois o Pavimento Urbano de Concreto absorve menos o calor, deixando o local com aproximadamente metade da temperatura, em comparação com a pavimentação em asfalto. 

    Mobilidade e Organização urbana inteligente com a utilização do PUC

      Buscando destrinchar como é o funcionamento público para utilização do Pavimento Urbano de Concreto, o painel detalhou o passo a passo da licitação dentro de um sistema público. Aliás, o foco da apresentação, como foi anunciado no início, mudou para “Aplicação do PUC pelo Poder Público”.

      O responsável por fazer o detalhamento foi o engenheiro Willian Pulz, secretário municipal da Prefeitura de Taquarituba, pequena cidade interiorana de São Paulo com cerca de 24 mil habitantes. “O PUC é uma solução, mas não é a única. Tudo é especificado no estudo que sai do Departamento de Engenharia, dando as soluções possíveis para que possam ser feitas a contratação”, explica o especialista. 

      Benefícios do PUC em Programas Habitacionais

        Em um país em que há uma grande demanda de programas habitacionais, a engenharia precisa pensar sempre um passo à frente para entregar não apenas moradias de qualidade, como também cada lote estar disponível em tempo hábil, principalmente considerando às necessidades das populações mais vulneráveis e o trabalho dos governos para auxiliar este processo.

        Desta forma, o Concrete Show 2025 contou com a apresentação de João Faccio, diretor técnico da Construtora JFilho, de Sergipe, para explicar como a utilização correta do PUC pode ajudar nesse processo, além de reduzir custos e evitar retrabalhos. 

        Ibracon: inovações e soluções sustentáveis em concreto durante

        Termos como descarbonização, desmaterialização e neutralidade tomaram de vez o vocabulário de engenheiros, arquitetos e pesquisadores do setor de construção civil no Brasil. Atento a esse cenário, o Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon) marcou presença mais uma vez como um dos promotores do Congresso Construindo Conhecimento.

        No primeiro dia de palestras, convidados da Ibracon falaram sobre temas como a impressão 3D para a construção de prédios e elementos arquitetônicos, que pode reduzir muito o tempo, custo e desperdício de material em uma obra, e o sistema de monitoramento SHM, criado na China há 10 anos e que está chegando no Brasil para propor o estudo em tempo real das condições de pontes, viadutos e estádios já entregues para a população. Confira alguns dos destaques a seguir:

        Pegada de Carbono: diferentes soluções estruturais, custos e mão-de-obra

        A construção civil é responsável por cerca de 9% das emissões globais de carbono, com estruturas de concreto armado representando até 80% desse impacto. Esse setor contribui diretamente para o aumento da temperatura média da Terra, que já ultrapassou 1,5 °C em relação aos níveis pré-industriais. O engenheiro Gustavo Bahia, sócio da França e Associados, apresentou um estudo baseado no Ciclo de Vida da Estrutura (LCA), mostrando como diferentes combinações de vigas, pilares e lajes podem reduzir emissões sem aumentar custos.

        Para atingir a meta de carbono neutro até 2050, a construção aposta na desmaterialização, que reduz o uso de materiais e prioriza opções eco eficientes. O especialista destacou que é possível unir eficiência estrutural e sustentabilidade sem elevar os custos, desmistificando a ideia de que práticas sustentáveis são inviáveis economicamente.

        SHM – uma nova ferramenta para o controle e monitoramento das estruturas

        O Monitoramento de Saúde Estrutural (SHM) é uma tecnologia inovadora que permite acompanhar em tempo real a “saúde” de estruturas como estádios, prédios e pontes. Desenvolvida inicialmente na China e já adotada em países como Canadá e Itália, essa solução está ganhando espaço na construção civil brasileira.

        O engenheiro Aécio Lira destacou que o SHM realiza um “check-up” contínuo das construções, coletando dados sobre deformações, vibrações e cargas, o que possibilita identificar riscos antes que se tornem acidentes. Segundo o professor, que também leciona na Universidade Federal de Minas Gerais e na Michigan State University, o SHM representa uma mudança significativa na forma de realizar manutenções em grandes obras. Ele comparou o papel do engenheiro ao de um clínico geral, que analisa indicadores estruturais regularmente, como exames de sangue.

        Impressão 3D: presente e futuro nas estruturas de concreto

        A impressão 3D de concreto está se tornando uma solução essencial para a construção civil no Brasil, especialmente diante da meta de neutralidade de carbono até 2050. Segundo o engenheiro Fernando Brazão Ozéias, da Sika, essa tecnologia já está em desenvolvimento avançado no país e oferece vantagens como alta adesão, estabilidade e superfícies sem fissuras, reduzindo retrabalho e economizando até 50% de matéria-prima. O especialista destacou que o processo é semelhante ao das impressoras 3D convencionais.

        Além dos benefícios técnicos, a impressão 3D de concreto também responde à escassez de mão de obra qualificada no setor. Ozéias afirmou que a tecnologia não representa uma ameaça social, mas sim uma alternativa sustentável para atender à demanda crescente. Com isso, a construção civil brasileira avança em direção a métodos mais eficientes e alinhados com os objetivos ambientais.

        Ainda dá tempo de participar do Congresso Construindo Conhecimento. Até o dia 21 de agosto, o Concrete Show é palco do encontro entre os maiores especialistas da cadeia construtiva do concreto. Para garantir seus ingressos do congresso, clique aqui!