O setor imobiliário brasileiro segue em crescimento, impulsionado por uma demanda consistente e desafios econômicos que exigem adaptações estratégicas.
Um estudo da Mordor Intelligence projeta que o mercado imobiliário residencial no Brasil, em termos de valor de transação, deve crescer de US$ 59,61 bilhões em 2024 para US$ 77,54 bilhões até 2029, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 5,40%.
Atualmente, cerca de 46% das famílias brasileiras têm interesse na compra de um imóvel, e 6% já estão ativamente em busca de propriedades. Com aproximadamente 70 milhões de lares no país, estima-se que 3,5 milhões de famílias estejam procurando imóveis, novos ou usados.
Dentre essas, 28% planejam realizar a compra em até um ano, e 6% em um prazo de seis meses, representando cerca de 1,8 milhão de famílias com alta probabilidade de aquisição, desde que os imóveis atendam às condições financeiras e preferências desse público.
O papel da construção digital no mercado imobiliário
A transformação digital tem desempenhado um papel fundamental no setor, trazendo inovação e eficiência para incorporadoras e construtoras. Soluções como BIM (Building Information Modeling), gêmeos digitais e inteligência artificial vêm revolucionando desde o planejamento até a gestão dos empreendimentos. Essas tecnologias permitem um melhor aproveitamento de materiais, redução de desperdícios e maior previsibilidade nos cronogramas de obra.
Com a digitalização, os consumidores também têm novas ferramentas para tomar decisões mais informadas. Simulações 3D, visitas virtuais e o uso de realidade aumentada facilitam a visualização dos imóveis antes mesmo de serem construídos, aumentando a assertividade das compras e reduzindo incertezas para compradores e investidores.
Impacto do saque-aniversário do FGTS
Uma das principais questões que impactam o setor de construção imobiliária é o fim do saque-aniversário do FGTS, uma medida que pode liberar entre R$ 30 a 35 bilhões anuais para novos empreendimentos.
Esse valor poderia estimular a geração de empregos e a recomposição econômica do setor. Atualmente, o mercado enfrenta desafios como a tendência de alta da taxa Selic, que reduz os recursos da poupança e pode dificultar o financiamento habitacional. Embora o orçamento do FGTS para 2025 esteja mantido, a inflação pode limitar o número de unidades financiadas.
Para superar essas barreiras, é essencial priorizar o uso dos recursos do FGTS para novos projetos e buscar soluções inovadoras para otimizar os investimentos. A resiliência e capacidade de adaptação do setor são pontos fortes, mas a escassez de funding para empreendimentos exige criatividade e eficiência, especialmente em um cenário de juros elevados.
Construção sustentável e tendências para 2025
No segmento de alto padrão, a confiança na economia é um fator decisivo para os compradores, independentemente das variações da Selic. Esse público tende a financiar seus imóveis com recursos próprios e busca diversificação patrimonial e melhoria na qualidade de vida. A localização do empreendimento segue como critério mais relevante para esses consumidores, superando outros atributos do imóvel.
Para 2025, espera-se um crescimento do segmento de luxo, desde que o Brasil apresente um cenário econômico favorável. Apesar dos desafios, como as reformas tributárias que impactam o setor, os incorporadores demonstram resiliência. O mercado já superou obstáculos como distratos e a falta de sofisticação financeira, reforçando sua capacidade de adaptação e crescimento.
Entre as tendências emergentes, destaca-se a integração de tecnologia e práticas sustentáveis nos empreendimentos. Além disso, cresce a demanda por imóveis personalizáveis, permitindo aos compradores otimizar plantas e escolher materiais e acabamentos. Em contraste com os últimos anos, há uma maior procura por apartamentos mais espaçosos, refletindo novas prioridades dos consumidores.
Com um cenário dinâmico e desafiador, o setor imobiliário deve continuar investindo em inovação, planejamento estratégico e eficiência operacional para atender às demandas do mercado e sustentar seu crescimento ao longo dos próximos anos.
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