A CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) lançou o programa “Construção Industrializada Modular Offsite”, uma iniciativa inédita voltada à certificação de sistemas construtivos pré-fabricados para atender situações emergenciais — como as decorrentes de desastres naturais ou outras calamidades -, com soluções rápidas, eficientes e seguras. A proposta já está mobilizando diversos setores, desde empresas que produzem soluções modulares até Organismos de Inspeção Acreditados pelo Inmetro, como a ICV Brasil, que já está certificando players que participarão do processo seletivo.

Mais do que uma nova modalidade construtiva, o programa representa uma mudança estrutural na forma como o poder público pode responder a crises habitacionais, na avaliação de Suzete Suzuki, CEO da ICV Brasil, que já iniciou a certificação.

“O objetivo é assegurar que todos os projetos estejam em conformidade com os mais altos padrões técnicos, legais e de desempenho”, explica Suzete, ao destacar que os Organismos de Inspeção Acreditados terão papel central no processo de homologação dos projetos, pois a inspeção será um critério eliminatório e será obrigatória já na etapa de homologação das empresas.

“As populações afetadas por calamidades serão beneficiadas por este programa de habitações pré-fabricadas, principalmente, pelo fato de que a exigência da Inspeção Acreditada irá garantir que que os projetos serão executados com qualidade, agilidade e que haverá o bom uso do dinheiro público”, afirma a CEO da ICV Brasil.

A construção modular offsite é baseada em módulos produzidos em fábricas, sob condições controladas, que são transportados e montados no canteiro de obras. Essa abordagem permite ganhos importantes em termos de prazo, custo, sustentabilidade e flexibilidade.

Entre os principais benefícios estão a maior assertividade no orçamento, a redução significativa do prazo de execução, a menor geração de resíduos e de desperdícios de materiais, a flexibilidade na montagem e a possibilidade de reaproveitamento dos módulos, além de agilidade logística, racionalização do canteiro de obras e o controle de qualidade.

A metodologia é especialmente indicada para situações emergenciais, já que permite a construção de habitações em tempo recorde, com alto controle de desempenho e conformidade técnica.

As empresas interessadas em participar do programa apresentaram projetos prevendo a realização da Inspeção Acreditada, conforme critérios definidos por normas técnicas e regulamentos específicos do Chamamento Público n° 001/2024. 

Neste processo, cada empresa poderá escolher livremente o organismo de inspeção acreditado que desejar, desde que este seja reconhecido pelo Inmetro. A ICV Brasil, por exemplo, já está realizando inspeções para empresas que querem se candidatar ao programa.

Seleção dos projetos

Antes da aplicação em larga escala, os projetos selecionados deverão ser validados por meio de provas de conceito. Cada participante deverá implantar dois conjuntos habitacionais-piloto, sendo um em terreno plano e outro em área com declividade. A CDHU aportará recursos de R$ 2.000 a R$ 2.800 por metro quadrado para subsidiar essas construções demonstrativas. Se os resultados forem positivos, a CDHU pretende, até 2027, contratar 7.500 habitações verticais multifamiliares, 7.500 habitações horizontais unifamiliares e 100 mil m² de áreas não residenciais, como creches, escolas e postos de saúde.

Para Suzete, ao aliar inovação construtiva à exigência de Inspeção Acreditada, a CDHU não apenas busca acelerar a entrega de moradias sociais, mas também elevar o padrão de qualidade e eficiência na aplicação dos recursos públicos. “O programa representa uma revolução na maneira como o Estado pode responder rapidamente a emergências habitacionais, ao mesmo tempo em que promove sustentabilidade, tecnologia e segurança”, conclui a CEO da ICV Brasil.

LEIA MAIS: