Em um sistema construtivo que tem a segurança como principal prioridade para os próximos anos, a tecnologia aplicada às paredes de concreto tem estado no centro das atenções das construtoras brasileiras.
Nos prédios altos, onde a margem para erros é mínima, a integração cada vez maior entre engenharia e arquitetura vem permitindo não apenas maior precisão, mas também competitividade para as empresas nacionais.
Segundo o sócio-diretor do escritório Pasqua e Graziano, Francisco Graziano, que participou do bate-papo “Parede de Concreto: segurança para a competitividade do seu negócio de prédios altos” no Concrete Show 2025, a segurança em prédios altos depende diretamente da integração entre tecnologia, projeto e execução.
Graziano explicou que a margem de ajustes durante o andamento da obra são mínimos, por isso, o planejamento é importante para o sucesso.
“É essencial contar com bons projetos e um objetivo claro para o negócio em que estamos envolvidos. Por outro lado, a parte tecnológica, que no início sentíamos falta, hoje já oferece sistemas nos quais podemos confiar. É claro que ainda não chegamos ao ápice, mas o desempenho do sistema é muito satisfatório, e isso é fruto da engenharia integrada”, explica.
O especialista também complementa: “Tudo começa com a arquitetura bem entrosada com a engenharia de estruturas, em conjunto com utilidades e instalações”.
Engenharia integrada para paredes de concreto
O debate foi mediado por Eric Cozza, sócio diretor da Cozza Comunicação, que garantiu que a discussão não se limitasse aos aspectos técnicos, mas mostrasse como a parede de concreto impacta diretamente no negócio das construtoras.
Segundo ele, a engenharia integrada deve ser entendida como a chave para que o sistema alcance seu potencial máximo, ampliando tanto a eficiência quanto os resultados das empresas.
“Para que haja eficiência e impactos reais do sistema construtivo de parede de concreto no negócio das construtoras, é preciso que esse modelo esteja integrado à estratégia da empresa, não apenas do ponto de vista técnico, mas também de negócio. O que ficou claro nesta edição do Concrete Show foi a importância da engenharia integrada para que o sistema alcance sua plenitude”, afirmou Cozza.
Arquitetura, engenharia e negócios: integração para competitividade
Augusto Pedreira, sócio diretor do escritório Pedreira Onix, aprofundou essa visão sobre a construção civil. Com experiência em sistemas como alvenaria estrutural e painéis cortantes, o especialista reforçou que o diferencial da parede de concreto é justamente o viés industrializado, que exige colaboração multidisciplinar e planejamento coletivo.
“A mentalidade, a forma de encarar o sistema, é o que norteia o desenvolvimento da parede de concreto. Já trabalhei com alvenaria estrutural e também com painéis cortantes, que são sistemas semelhantes, mas a diferença está justamente no viés de industrialização. O arquiteto não pode mais trabalhar sozinho”, explicou Augusto.
Já Ary Fonseca Jr., coordenador do Núcleo de Parede de Concreto da Abesc e sócio da Signo Engenharia, destacou que não há mais dúvidas sobre a viabilidade e competitividade do sistema. Para ele, o momento é de aproveitar o grande potencial de mercado, especialmente diante do volume de financiamentos habitacionais previstos no Brasil.
“Não há mais o que comprovar: o negócio de paredes de concreto já é uma realidade. Agora é o momento de pensar fora da caixa, melhorar o negócio das construtoras e buscar resultado e eficiência, porque o bolo está muito grande – são 600 mil unidades financiadas pela Caixa e 700 mil no total. Compete a nós pegar uma fatia desse mercado”, afirmou Ary.
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