O concreto é o segundo produto mais consumido na economia global, só perde para a água. O material é parte integrante de praticamente todas as construções no Brasil, de edificações residenciais a obras de infraestrutura. Abaixo, listamos cinco exemplos nos quais o concreto é protagonista para a edificação de pontes país afora: desde os equipamentos construídos para facilitar o acesso e o fluxo em rodovias até as construções a base de concreto, que servem como pontos turísticos.

1 – Ponte Internacional da Integração (Brasil x Paraguai)

1 - Ponte Internacional da Integração (Brasil x Paraguai).jpeg

Com entrega prevista para 2022, a construção da Ponte Internacional da Integração entre Foz do Iguaçu, na região Oeste do Paraná, e Presidente Franco, cidade do Paraguai, alcançou 49% de execução.

Segundo o Departamento de Estrada de Rodagem do Paraná (DER-PR), o deslocamento dos trechos concretados no lado brasileiro já está concluído. A execução permitiu que fosse iniciada a segunda etapa da caixa de equilíbrio. O espaço de concreto armado vai servir de contrapeso ao vão central da ponte e tem 22,70 metros de largura e 25 metros de comprimento.

A ponte terá 760 metros de comprimento e vão-livre de 470 metros, sendo o  maior da América Latina. A estrutura será maior do que a Ponte Internacional da Amizade e está localizada cerca de 10 quilômetros abaixo dela, em direção ao Rio Iguaçu. Até o momento, a Itaipu Binacional, responsável pelo financiamento da obra, já investiu R$ 115 milhões na construção e o valor total deve chegar a R$ 323 milhões.

2 – Ponte do Guaíba (Porto Alegre – RS)

2 - Ponte do Guaíba (Porto Alegre - RS).jpg

Recém inaugurada no final do ano passado, a Nova Ponte do Guaíba, em Porto Alegre (RS), é uma obra de logística pensada para melhorar a ligação entre a capital do estado, o porto de Rio Grande e o fluxo interno da cidade. A estimativa é de que 50 mil veículos utilizem a travessia diariamente.

A Nova Ponte é uma alternativa à ponte Getúlio Vargas, que possui um vão central móvel em funcionamento desde 1957. Com altura livre, dos vãos navegáveis, de 40 metros do nível da água, viabiliza a passagem de embarcações sem a necessidade de paralisar o trânsito – como era, até então, com a ponte móvel. A travessia tem, ao todo, 13,6 quilômetros.

O empreendimento da Nova Ponte do Guaíba foi executado quase em sua totalidade com elementos pré-fabricados. Ao todo, foram moldadas mais de 18 mil unidades de estacas, pilares, vigas, lajes, aduelas, guarda-rodas e outros elementos que consumiram 348,7 mil toneladas de concreto e quase 19 mil toneladas de aço. Apoiada em 3.232 estacas, a ponte é composta por duas faixas de rolamento para cada sentido (com 3,8 metros de largura cada), canteiro central de 1,3 metro e acostamento de 3,9 metros.

3 – Ponte do Abunã (Rondônia x Acre)

3 - Ponte do Abunã (Rondônia x Acre).jpeg

A Ponte do Abunã é a primeira ligação terrestre que conectará o Acre ao sistema rodoviário do país. O empreendimento ligará, de forma definitiva, o Acre a Rondônia e será importante para o escoamento de produção, principalmente de soja. A construção da ponte sobre o Rio Madeira tem previsão de inauguração em abril. 

Considerada a maior ponte da região Norte do Brasil, o acesso pelo lado de Rondônia receberá uma estrutura de concreto, estendendo a ponte sobre o Rio Madeira. Com aproximadamente 460 metros, esse prolongamento da estrutura, além de um aterro de 1.400 metros, com até 10 metros de altura, foi a solução encontrada pelos técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para resolver o problema encontrado no trecho de solo mole. Ao todo, serão cravadas 145 estruturas metálicas para fundação do elevado em concreto.

A estimativa é que mais de dois mil veículos cruzem a ponte, que possui 1,9 quilômetros de extensão, todos os dias. Desde a abertura da BR-364/RO, entre Rio Branco (Acre) e Porto Velho (RO), a travessia sobre o Rio Madeira é feita por balsas, sendo que o trajeto entre as margens do rio leva, em média, meia hora. Com a conclusão da ponte, será possível cruzar o Rio Madeira em poucos minutos.

A obra do governo federal, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), teve início em 2014. Nos quase cinco anos de obras, já foram gastos cerca de R$ 130 milhões.

4 – Ponte de Laguna (Santa Catarina – RS)

4 - Ponte de Laguna Santa Catarina (RS).jpg

Inaugurada em 2015, a Ponte de Laguna, em Santa Catarina (RS), é a primeira ponte estaiada em curva do país. O empreendimento entre os bairros Cabeçuda, em Laguna, e Bananal, em Pescaria Brava, é a maior travessia elevada da duplicação da BR-101 e contribuiu para a melhora do fluxo de veículos no trecho sul da rodovia.

A ponte possui 2,8 mil metros de extensão, sendo 400 metros da parte central estaiada suspensa por 60 cabos de aço. São duas faixas para cada sentido da ponte, separados por barreiras de concreto. O acostamento tem largura de três metros.

Em sua construção foram utilizadas 20 mil toneladas de aço e 100 mil m³ de concreto usinado. Com tecnologia importada diretamente da Europa, o empreendimento contou com a maior treliça lançadeira do Brasil, de 132 metros de comprimento.

A obra do governo federal, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC),  teve investimento total na ordem de R$ 777 milhões.

5 – Ponte dos Ingleses (Fortaleza – Ceará)

5 - Ponte dos Ingleses (Fortaleza - Ceará).png

Em 2021, a Ponte dos Ingleses completou 100 anos de construção. Conhecida também como Ponte Metálica, é um dos pontos turísticos de Fortaleza (CE) para apreciar o pôr do sol e os golfinhos que nadam na área da Praia de Iracema. Em janeiro foram iniciadas obras de reforma estrutural no local para recuperar todos os pilares e vigas do equipamento, que há anos vem sofrendo com a ação da maresia e corrosão.

No projeto de revitalização da ponte está prevista a substituição por concreto de toda a estrutura de madeira, que servia como piso. A opção pelo novo material visa dar mais durabilidade e resistência, além de evitar manutenções frequentes no equipamento; pontos como a concretagem de ferragens e a ancoragem da edificação também serão realizados. Na primeira fase da obra, serão retirados os quiosques existentes e de todo o madeiramento antigo da ponte, que possui 2.369 m² de área de madeira.

A última reforma realizada no equipamento aconteceu em 1994 e, desde janeiro de 2018, o local foi interditado para visitação ao público. Serão investidos R$ 4,1 milhões na obra de reparo estrutural da ponte, executada pela Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf) de Fortaleza.

Bônus

Ponte Salvador-Itaparica (Bahia)

Bônus - Ponte Salvador-Itaparica (Bahia).jpeg

Em novembro do ano passado foi firmado o contrato definitivo para a construção da ponte que ligará Salvador à Ilha de Itaparica, na Bahia, com um consórcio formado por três empreiteiras chinesas – China Communications Construction Company (CCCC Ltd), CCCC South America Regional Company (CCCCSA) e China Railway 20 Bureau Group Corporation (CR20). A previsão é que o equipamento entre em operação em cinco anos, sendo um ano para elaborar o projeto e mais quatro para construir a infraestrutura.

Com 12,4 quilômetros de extensão, quando concluída, a Ponte Salvador-Itaparica será a maior ponte sobre lâmina d’água da América Latina e contará com duas pistas, cada uma delas com duas faixas e acostamento, e ainda com um trecho estaiado de 860 metros. O projeto inicial prevê uma ponte construída 100% em concreto.

Com expectativa de atingir um fluxo de 28 mil veículos por dia já no início da operação, a ponte em Salvador será acessada na região de Água de Meninos. Na Ilha de Itaparica, a cabeceira do equipamento ficará na região da Gameleira. A construção da ponte deve beneficiar, diretamente, 4,4 milhões de pessoas na Região Metropolitana de Salvador, e indiretamente, mais de 5,4 milhões de baianos em outros 100 municípios do Recôncavo e do Baixo Sul da Bahia.

O equipamento terá investimento de R$ 5,4 bilhões e aporte do estado da Bahia de R$ 1,5 bilhão, via parceria público-privada.

 

Com informações dos sites oficiais do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Secretaria de Infraestrutura e Logística do Paraná, Prefeitura de Fortaleza e Governo da Bahia.