Você já ouviu falar em construção ICF ou em EPS?
Trata-se de um modelo que ainda é pouco difundido no Brasil, mas bastante popular em países como os Estados Unidos.
Nesse modelo construtivo utiliza-se o poliestireno expandido (EPS), um plástico celular bastante rígido, como principal item para construir as edificações.
Para levantar mais informações sobre o assunto, conversamos com dois especialistas no segmento:
- João Felipe da Rocha, sócio-diretor da iForms; e
- Marcelo Orçati, CTO da ARXX.
O que é a construção em ICF?
ICF é uma sigla em inglês para “Insulating Concrete Forms”. Tal nome é dado para um sistema construtivo com base na construção de painéis modulares com formas de concreto ou segmentos de EPS.
Rocha nos contou que esse modelo construtivo surgiu em 1967, sendo criado pelo engenheiro alemão, Werner Gregory, que, na época, vivia no Canadá.
Orçati, CTO da ARXX, comenta que as formas ICF são excelentes para fazer paredes com isolamento térmico e acústico. Ele explica:
“O ICF é uma tecnologia que permite fazer uma obra sustentável, rápida, econômica, com qualidade e com propriedade externa acústicas. Ela melhora muito o empenho da edificação, que é uma coisa que está sendo muito discutida no mercado hoje.”
Características da construção em EPS
A principal característica da construção EPS é o fato de que as paredes são montadas por encaixes do tipo macho ou fêmea.
Em seguida, as estruturas são preenchidas por telas de aço e concreto, garantindo os aspectos estruturais e de vedação.
Isso faz com que as edificações sejam extremamente seguras, mantendo-se firmes até mesmo quando ocorrem desastres naturais, como terremotos e furacões.
Rocha usa um exemplo para citar a utilidade do modelo:
“O produto deu um boom no ano de 2005, quando o Furacão Katrina veio, devastou tudo e uma única casa ficou em pé na região atingida. Então, as pessoas daquele bairro foram conhecer o material de que a casa era feita e descobriram que era uma construção de EPS.”
Vantagens de usar o EPS nas construções
De acordo com Rocha, o uso do EPS nas construções agiliza em 50% a 60% a execução das edificações. Além disso, permite o levantamento de obras que duram a vida toda.
No entendimento do especialista: “Isso acontece porque o concreto armado está confinado dentro da forma. Então, ele não sofre com oxidação devido às intempéries climáticas e o aço nunca tem contato com o oxigênio e umidade”.
Por conta de tais características, Rocha afirma que as paredes esquentam menos, fazendo com que o usuário não precise gastar tanto com ar-condicionado nos dias de mais calor.
Além disso, problemas comuns, como mofos e infiltrações, deixam de ocorrer nas edificações.
Treinamento da mão de obra para o uso das formas de EPS
No entendimento de Orçati é importante que os profissionais sejam treinados para que possam utilizar a técnica por diferentes vieses. Em suas palavras:
“Pode-se fazer uma estrutura que pode ser parte de uma parede concreta, parte de um sistema pórtico para atender, por exemplo, uma característica arquitetônica do projeto, com grandes vãos. Então, é possível termos obras mistas, de estrutura pré-moldada, com reforços de vedações em paredes de concreto”.
Por se tratar de algo bastante versátil, é importante estudar e compreender as diferentes aplicações da metodologia. Além disso, é interessante que se saiba como agir para que tudo seja dimensionado de acordo com a normatização brasileira.
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