O uso do Building Information Modeling, incluindo o BIM 6D, tem se consolidado como um aliado estratégico na construção civil ao permitir uma gestão integrada que une tecnologia, sustentabilidade e governança.
Mais do que otimizar prazos e custos, essa abordagem contribui para o compliance em obras e fortalece a aplicação prática do ESG na engenharia, garantindo decisões assertivas desde a fase de projeto.
Ao simular cenários e registrar dados de forma transparente, o BIM torna-se essencial para empresas que buscam eficiência, credibilidade e competitividade em um mercado cada vez mais exigente.
Para falar sobre o assunto, convidamos Mauro Santos Arruda, engenheiro civil e sócio da Tech 4D Engenharia de Valor.
A utilização do BIM para otimização das metas de ESG
Na visão de Mauro Arruda, o BIM tem ajudado as empresas a visualizarem o impacto das suas escolhas já na fase inicial do projeto.
“Ao simular diferentes cenários, é possível prever o consumo de energia, calcular emissões de carbono e até avaliar a acessibilidade dos espaços”, analisa o entrevistado. Essa antecipação, segundo ele, permite que decisões ambientais e sociais sejam tomadas antes da execução, reduzindo riscos e custos.
Outro ponto importante ressaltado por Arruda é a transparência.
“As informações ficam registradas em um modelo único, acessível a todos os envolvidos, criando confiança, facilitando auditorias e reforçando a governança, tendo em vista que os dados de ESG deixam de ser apenas promessas em relatórios e passam a ser evidências concretas”, complementa.
Tecnologia, sustentabilidade e construção civil
Arruda observa que as ferramentas digitais, como é o caso do BIM, tornam possível testar a eficiência energética e o desempenho ambiental de um edifício ainda na fase de projeto.
“É como se fosse um ensaio geral: simulações de ventilação, iluminação natural e uso de materiais ajudam a reduzir desperdícios e otimizar recursos”, cita.
De acordo com o especialista, essas tecnologias também aproximam os projetos das certificações ambientais, já que muitos critérios podem ser verificados diretamente no modelo.
“Isso transforma a sustentabilidade em parte do processo de projetar e construir, em vez de um objetivo distante a ser buscado apenas no fim da obra”, afirma.
BIM e ESG: juntos para mudar o setor construtivo brasileiro
No Brasil, a combinação entre BIM e ESG tem elevado a exigência em obras públicas e privadas.
“Projetos que mostram economia de recursos e menor impacto ambiental, comprovados por meio de modelos digitais, ganham vantagem em licitações e na busca por investidores”, garante Mauro Arruda.
Contudo, apesar desse avanço, a adoção ainda é desigual. “Grandes empreendimentos já incorporam essas práticas, mas muitas construtoras de médio e pequeno porte ainda enfrentam barreiras de custo e capacitação. Aos poucos, porém, a pressão do mercado e da regulação deve acelerar essa transformação”, comenta.
BIM e ESG na construção para o futuro
A tendência, na opinião do engenheiro Mauro Arruda, é que o BIM se conecte cada vez mais a sensores IoT criando Digital Twins que acompanham os edifícios em tempo real.
“Isso significa monitorar consumo de energia, qualidade do ar e uso de água durante toda a vida útil da construção, permitindo ajustes contínuos para melhorar a sustentabilidade”, prevê.
Também deve crescer a cobrança por dados confiáveis, seja de clientes, investidores ou órgãos reguladores.
“Para atender a essas demandas, as empresas terão de investir em capacitação e cultura organizacional, tornando ESG um eixo permanente da gestão, e não apenas um diferencial de mercado”, finaliza o convidado.
Assim, o BIM aliado ao ESG representa não apenas inovação tecnológica, mas também uma mudança cultural que impulsiona a construção civil rumo a um futuro mais sustentável e responsável.
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