O retrofit tem se consolidado como uma estratégia fundamental para preservar a história e, ao mesmo tempo, modernizar estruturas simbólicas do Brasil.

Ao unir tradição e inovação, essa prática transforma construções antigas em espaços contemporâneos, funcionais e sustentáveis.

Neste artigo, reunimos 6 casos de sucesso de retrofit no Brasil que exemplificam como é possível revitalizar patrimônios arquitetônicos sem abrir mão da identidade original.

Para falar sobre cada um deles, convidamos Elisa Rosenthal, fundadora e diretora-presidente do Instituto Mulheres do Imobiliário. 

Continue acompanhando este texto para saber mais!

Conheça seis dos principais cases de retrofit brasileiros

1. Hotel Fasano

O Hotel Fasano é uma rede de hotéis de luxo brasileira. Foi fundado em São Paulo, mas possui unidades em outros destinos como Rio de Janeiro, Salvador, Angra dos Reis, Trancoso e Punta del Este.

Elisa Rosenthal fala especificamente sobre o Hotel Fasano de Salvador, que entra na categoria de utilização de retrofit

“Há o uso de uma estrutura que não tinha personalidade de hospitalidade e também traz ali um ponto com uma marca como o Fasano, que dá uma outra característica para o entorno do edifício”, inicia.

Ela explica que a requalificação do edifício se conecta ao processo de valorização do Centro Histórico da capital baiana, uma vez que está localizado na Praça Castro Alves, e sediou o jornal “A Tarde” por quase meio século.

“A intervenção, conduzida seguindo o tombamento pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) e pela Unesco, preservou a fachada original em pó de pedra e restaurou elementos arquitetônicos de grande valor histórico”, explica.

Entre os elementos que foram preservados com o intuito de manter as características originais do edifício estão tacos, sancas, portas metálicas e mosaicos de mármore carrara no lobby.

2. Edifício Altino Arantes – Farol Santander

O retrofit do Edifício Altino Arantes, hoje conhecido como Farol Santander, é um dos projetos mais notáveis de revitalização urbana no centro de São Paulo. 

Originalmente inaugurado em 1947 para abrigar o Banco do Estado de São Paulo (Banespa), o edifício passou por um amplo processo de modernização a partir de 2017, após ser adquirido pelo Grupo Santander.

O projeto de retrofit teve como foco principal preservar a grandiosidade histórica e os elementos arquitetônicos originais do prédio, ao mesmo tempo em que incorporava funcionalidades contemporâneas.

Entre as melhorias estruturais e técnicas estão a modernização dos sistemas elétrico e hidráulico, a instalação de elevadores mais eficientes, a climatização dos ambientes e a adequação às normas de acessibilidade e segurança vigentes.

Além da atualização técnica, o retrofit transformou o uso do edifício: de uma sede administrativa bancária para um centro cultural multifuncional.

Atualmente, o Farol Santander abriga exposições artísticas, espaços interativos, café, restaurante e um mirante panorâmico, além de oferecer uma programação cultural ativa que atrai milhares de visitantes.

3. Fera Palace

Já o Fera Palace, na opinião de Elisa Rosenthal, é um ícone da hotelaria brasileira. Ao longo destes mais de 90 anos de existência, passou por modernização e reformas para atender as demandas atuais.

“A requalificação do antigo Palace Hotel, situado na Rua Chile, representa um caso emblemático de como o patrimônio histórico pode ser integrado a estratégias de valorização imobiliária e dinamização econômica”, observa a especialista.

Ela conta que o prédio foi inaugurado em 1934 e entrou em declínio junto ao centro da cidade nas décadas seguintes, em função da descentralização urbana e da perda de atratividade comercial da região.

“Em 2012, foi iniciado um robusto processo de retrofit, que contemplou tanto a restauração arquitetônica quanto a modernização das estruturas, além da recuperação de elementos históricos como a fachada art déco e o salão nobre, impactando positivamente e fazendo parte da valorização da região”, conta.

4. Museu de Florianópolis

Sobre o Museu de Florianópolis, Elisa Rosenthal lembra que o mesmo aconteceu: a Casa de Câmara e Cadeia, do século XVIII, foi tombada pelo Patrimônio Histórico Municipal e recebeu um projeto de revitalização para transformar a edificação no Museu de Florianópolis.

Atualmente, o Museu é administrado pelo Serviço Social do Comércio (SESC), de Santa Catarina.

“Além do restauro do prédio original, um imóvel anexo foi construído com uma moderna estrutura de aço e vidro”, aponta.

5. Pinacoteca de São Paulo

O edifício original da Pinacoteca de São Paulo começou a ser construído no final do século XIX para abrigar o Liceu de Artes e Ofícios, mas não chegou a ser concluído naquele momento.

“No início do século XX, a obra foi retomada com o objetivo de ser a Pinacoteca”, lembra a convidada.

“Ao longo do tempo, o prédio sofreu intervenções e danos estruturais, mas no início da década de 1990 recebeu uma reforma aprofundada, dando nova vida, que hoje retornou a seu lugar de total importância como edifício histórico da capital paulista”, ressalta.

6. Sala São Paulo

A Sala São Paulo – antigo jardim da Estação Júlio Prestes – também se encaixa neste conceito.

“Esse caso é um dos mais desafiadores e bem-sucedidos projetos de requalificação urbana e patrimonial do país, e a intervenção precisou conciliar exigências acústicas de altíssimo nível — considerando, inclusive, a proximidade com trilhos de trem — com a preservação das características originais do edifício tombado”, explica.

O projeto, segundo a especialista, incorporou soluções inovadoras.

“O forro móvel do teto é uma tecnologia até então inédita que permite ajustar a acústica da sala de concertos conforme a natureza do espetáculo, sem comprometer a integridade estética e histórica do espaço”, exemplifica.

Inaugurada em 1999, a Sala São Paulo rapidamente se consolidou como uma das melhores salas de concerto do mundo.

“Hoje, 25 anos depois, o espaço se mantém como um dos principais símbolos do centro paulistano, e, apesar dos desafios da região, atrai mais de meio milhão de visitantes ao ano”, finaliza.
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