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Como os drones estão mudando a construção civil

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Tecnologia é aliada do setor para canteiros de obras mais seguros e produtivos. Saiba mais sobre drones na construção civil.

A Construção 4.0 é a revolução que o setor demanda na atualidade. Amparadas por inovações tecnológicas, construtoras de todo o país têm buscado no mercado soluções que possam contribuir com o aumento da produtividade e da segurança dos trabalhadores da construção civil.

Neste contexto, a utilização de drones nos canteiros de obras é uma opção para tarefas como mapeamento, topografia e vigilância. O executivo Márcio Galvão, CEO da DronDrones Technologies, empresa de serviços com drones, explica que estes equipamentos são capazes de substituir métodos tradicionais e, assim, reduzir horas de trabalho e otimizar a captação e produção de dados. 

“Nosso trabalho em parceria com as construtoras é iniciado ainda no período de pré-construção, com a utilização de drones para gerar uma visualização interativa de áreas por meio de mapas, fotos e vídeos. Com a construção já em andamento, passamos a compartilhar semanalmente uma linha do tempo visual da evolução da obra e a realizar medições de materiais (volumetria) e mapeamentos em 2D e 3D para detectar desvios de plano, comparando a realidade do local com os projetos originais”, diz o executivo.

A DronDrones Technologies foi responsável pelo acompanhamento da obra de um aterro sanitário na cidade de Fortaleza, no Ceará, realizada pela construtora Marquise. O serviço foi feito durante três anos por meio de uma plataforma de análise e visualização de dados para capturar imagens aéreas de alta resolução georreferenciadas. Os operadores e engenheiros marcaram pontos de controle de solo e operaram os drones automaticamente, permitindo o acesso a levantamentos topográficos de alta precisão sem causar nenhuma interferência no andamento da obra, que compreendia uma área igual a 120 campos de futebol.

Ainda no tópico de vantagens da utilização de drones na construção civil está o fator segurança. Segundo Galvão, as aeronaves remotamente pilotadas têm a capacidade de fazer o monitoramento ininterrupto e em tempo real de todas as fases da construção, o que mantém os trabalhadores seguros e prevenidos de possíveis situações de risco. O equipamento também pode ser utilizado após a finalização da obra para a vigilância patrimonial e inspeções de manutenção.

Voo regulamentado de drones em construções

A responsabilidade de regulamentação sobre a utilização de drones em território nacional é da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A diretora executiva da Futuriste, instituição de capacitação e pesquisa de drones, Raquel Molina Assis, explica que, no Brasil, os operadores de drones são diretamente responsáveis pela utilização correta das aeronaves, cabendo a eles a obrigação de registrar os drones e os responsáveis no sistema da Anac. Também é necessário solicitar a liberação, para cada voo, no sistema do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e portar um seguro de responsabilidade civil obrigatório, o RETA.

Raquel diz que não há uma exigência oficial de treinamento pelos órgãos reguladores do setor para pilotar um drone. No entanto, alerta que a capacitação para atuação profissional com estes equipamentos é essencial para evitar acidentes. “A Futuriste completou sete anos de fundação com a marca de 4 mil alunos capacitados, sendo eles de empresas, profissionais liberais ou que utilizam drones apenas para fotografia e filmagem como hobby”.

Números do setor de drones na construção civil

De acordo com a Association for Unmanned Vehicle Systems International (AUVSI), o setor de aeronaves não-tripuladas movimentará, somente nos Estados Unidos, cerca de US$ 82 bilhões, gerando, até 2025, 100 mil novos postos de trabalho no mercado norte-americano. A informação foi trazida pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e o Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP) durante o Simpósio Regional sobre Sistemas de Aeronaves não Tripuladas (SIRESANT) realizado em novembro do ano passado.

Segundo o chefe do SRPV-SP, Coronel Aviador Chrystian Alex Scherk Ciccacio, o SRPV-SP, órgão regional do DECEA, recebeu, até 11 de setembro de 2020, mais de 37 mil solicitações de acesso ao espaço aéreo de aeronaves de pequeno porte não tripuladas. A estimativa é de chegar a 50 mil até o final deste ano. “O número de solicitações de acesso de aeronaves não tripuladas tem aumentado exponencialmente nos últimos anos. Em 2017, foram registradas 6.361 solicitações, saltando para 42 mil solicitações em 2019. Os dados demonstram a importância que o novo modal representa e que, em pouco tempo, poderá superar o número de aeronaves tripuladas no nosso espaço aéreo”, avalia o Coronel Ciccacio.

Para Márcio Galvão, da DronDrones, a ascensão do setor no país traz uma série de desafios. “Ainda existe muito desconhecimento sobre a tecnologia, o que acarreta riscos de uso indevido e até mesmo criminosos dos drones. Outra consequência é que poucas empresas percebem a economia de tempo e dinheiro que os drones podem agregar aos negócios de diversos setores”, comenta.

Mercado de drones para a construção civil em 2021

Segundo Raquel, da Futuriste, o mercado de drones no Brasil tem crescido em torno de 30% nos últimos três anos, puxado por setores como Agronegócio e Infraestrutura, que hoje são os maiores demandantes de serviços e equipamentos. “Temos observado uma forte recuperação no setor de construção civil no país, consequentemente, aumentando a demanda por drones”, diz a executiva, que completa: “em 2020 tivemos um crescimento de cerca de 25% na venda de drones e de 19% no número de treinamentos, mesmo com a forte queda que tivemos entre março e julho devido à pandemia da Covid-19”.

Para Galvão, a expectativa de crescimento ficou para este ano, visto que muitas empresas e indústrias adiaram os serviços com drones para 2021. “Nossos serviços referentes a mapeamento, vigilância e inspeções tiveram uma queda de cerca de 30% e os de imagens aéreas para publicidade registraram uma queda maior, chegando à redução de 55% dos contratos, em comparação com 2019”, finaliza.

Com informações da Força Aérea Brasileira: https://www.fab.mil.br/noticias/mostra/36526/

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