A segunda entrevista da série Mulheres na Construção, especial para o Dia Internacional das Mulheres, celebrado em 8 de março, traz como convidada Natália Nakamura, arquiteta, mestra e doutora com ênfase em BIM.
A convidada nos fala sobre o seu perfil profissional e o dia a dia como arquiteta e mamãe de duas meninas, além, é claro, de contar sobre a sua trajetória, desafios e oferecer dicas importantes para quem deseja ingressar na área.
Se assim como Natália você também quer ser arquiteta e apostar na área da construção civil, confira o nosso bate-papo a seguir!
Quem é Natália Nakamura?
“Eu sou arquiteta, mestra e doutora com ênfase em BIM pela Unicamp, professora, pesquisadora e mãe de duas meninas. Atuo como arquiteta no TechLab – setor de BIM e Inovação – da Sondotécnica Engenharia.
E também estou como Coordenadora do Grupo de Trabalho 3 do BIM Fórum Brasil e Coordenadora suplente do Grupo de Trabalho 4 da Building Smart Brasil.
Falando um pouquinho da minha história, eu venho de uma família de origem humilde e trabalhadora. Quando eu tinha 15 anos, meu pai faleceu devido a uma tentativa de sequestro. Pouco tempo depois comecei a trabalhar e estudar.
Eu tinha o sonho de cursar Arquitetura. Depois de 3 anos, consegui passar na Universidade Federal Viçosa – UFV. O dia da minha formatura foi muito emocionante, pois foi muito difícil chegar até aquele momento, era a realização de um sonho.
Depois, fiz mestrado e doutorado na Unicamp. Casei e tive uma filha durante o mestrado e outra durante o doutorado.
Durante a minha trajetória profissional, atuei como arquiteta, professora de graduação, coordenadora de pós-graduação, consultora BIM e gerente BIM”.
Como é um dia de arquiteta, professora e cientista em BIM?
“Meu dia a dia de trabalho é bastante ativo, todos os dias são diferentes. Eu pesquiso, escrevo, apresento, participo de muitas reuniões, ensino e aprendo muito. Em todos os momentos, eu estou aprendendo coisas novas.
O trabalho com BIM é muito dinâmico, pois exige atualização constante e aprendizado em diversas áreas.
Como arquiteta na Sondotécnica, atuo no setor de BIM e inovação. Entre as minhas atividades estão: planejamento, desenvolvimento de novas tecnologias aplicadas à construção civil, implementação de BIM em organizações, divulgação, apresentação de soluções para os clientes, entre outras.
Como professora, eu ministro disciplinas em pós-graduação relacionadas a BIM. As principais atividades são: planejamento, preparação das aulas, ensino, correção de trabalhos, atribuição de notas, entre outras.
Como coordenadora do Grupo de Trabalho do BIM Fórum Brasil e da Building Smart Brasil, eu atuo na coordenação das atividades do GT, auxilio no planejamento, desenvolvimento e divulgação dos trabalhos desenvolvidos, etc”.
Trajetória: o que te levou ao setor de construção?
“Eu sempre quis fazer Arquitetura. Na minha adolescência, gostava muito de projetar como seria a minha casa e me interessava muito por esta área.
Quando entrei na faculdade, no primeiro semestre, fiz um curso de BIM e me apaixonei. Desde então, decidi seguir esta área e, após terminar a faculdade, fiz mestrado e depois o doutorado em BIM. E sempre atuei nesta área”.
Como você enfrentou e enfrenta os desafios da sua carreira?
“Um grande desafio da minha carreira foi conciliar os estudos, o trabalho e filhos durante a pandemia. Neste período, eu estava fazendo o doutorado e a pandemia impactou muito a minha tese, o que me obrigou a alterar o objetivo e método a dois meses da banca de qualificação.
Eu também atuava como professora de graduação e coordenadora de pós-graduação, então tive que me adaptar às aulas online, o que aumentou bastante a carga de trabalho.
Além disso, minhas duas filhas pequenas estavam em tempo integral em casa, então além de ser mãe, também tinha que auxiliar elas nas aulas online e auxiliar no cuidado delas e da casa.
Eu enfrentei com muita resiliência e dedicação. Não foi fácil para ninguém, mas sempre contei com apoio da minha família para conseguir ultrapassar esse período difícil”.
Quais qualidades te levaram ao sucesso?
“As minhas principais qualidades são persistência, resiliência e dedicação.
Eu aprendi na prática do dia a dia. Por mais que as coisas estivessem difíceis, eu sempre procurei continuar tentando, me superando a cada dia e buscando os meus sonhos”.
Liderança: que dicas você daria para novas profissionais da construção?
“Eu gostaria de ter ouvido: ‘Você vai conseguir! Você vai chegar lá!’ Eu sei que as coisas são difíceis, que muitas vezes você acredita que não é capaz. Às vezes, você sente vergonha, às vezes se sente ignorante e incapaz.
Apesar de pensar assim, tente continuar, tente se superar a cada dia. Cada dia se coloque em uma posição em que você se sinta desconfortável, por exemplo, falar em público, fale e quando terminar, comemore essa conquista!
Não ache que foi ruim, não seja tão crítica com você mesma, estamos todos aprendendo. E o mais importante: nunca se esqueça de você e dos seus sonhos.
Tenha sempre sonhos pessoais e profissionais, busque eles, realize eles, tenha uma vida plena! Você é capaz!”
Gostou de conhecer a história da arquiteta, mestra e doutora Natália Nakamura? Então, aproveite e leia a entrevista que abriu a série deste ano, com Adriana Hansen, engenharia ambiental e Diretora Técnica de Sustentabilidade do CTE!