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Fraudes no setor rental da construção civil em 2023 podem representar perdas de até R$ 500 milhões: saiba como empresas podem se proteger

Article-Fraudes no setor rental da construção civil em 2023 podem representar perdas de até R$ 500 milhões: saiba como empresas podem se proteger

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Durante congresso “Construindo Conhecimento” do 14ª Concrete Show, advogada ressaltou importância da análise de crédito e setor exclusivo para investigar atividades suspeitas

A incidência de fraudes no setor de locação de equipamentos para a construção civil pode representar um prejuízo anual de até 500 milhões de reais para as empresas rental. Embora não haja números específicos para essa área, a média de golpes em todas as transações no setor privado no Brasil é de 2 a 5%, e o setor de locação movimentou cerca de R$10 bilhões em 2022 no país.

Diante desses números tão impressionantes, a 14ª edição do Concrete Show, que aconteceu entre os dias 8 a 10 de agosto em São Paulo, reservou um espaço para que uma especialista desse dicas práticas de como as empresas de locação de máquinas podem prevenir as fraudes e operar de forma segura. A palestra ficou a cargo da Dra. Mônica Zambolini, diretora Jurídica e Tesoureira da Associação Brasileira dos Locadores de Equipamentos e Bens Móveis (ALEC), entidade sem fins lucrativos fundada em 1992.

Durante o “Seminário Alugar São Paulo”, a advogada especializada no setor de locação mostrou que o segmento rental tem um papel importante na economia do país, afinal há mais de 30 mil empresas locadoras de equipamentos, que juntas são responsáveis por 30% do volume da comercialização de máquinas da linha amarela. O setor já cresceu 30% no ano passado, e a expectativa para 2023 é que apresente um aumento de mais 10%.

Segundo a Dra. Mônica Zambolini, a fiscalização na hora de alugar um equipamento vai muito além de exigir do cliente documentos de identificação e estabelecer políticas claras de uso dos equipamentos. O ideal é que as locadoras tenham uma equipe exclusiva para detectar e investigar atividades suspeitas. “O vendedor é quem terá o primeiro contato com o cliente, e por isso deve estar treinado para fazer as perguntas certas que possam detectar um possível golpe na origem. Mas toda locadora deveria ter um setor de cadastro, pelo menos uma pessoa para fazer essa análise que não seja uma pessoa do departamento comercial. O vendedor é pago para vender, o que é ótimo, então teoricamente ele não vai cuidar das análises específicas que um especialista faria”, explicou a advogada.

Ferramentas e critérios para análise de crédito

Conforme explicado pela Dra. Mônica Zambolini diante de centenas representantes de toda a cadeia construtiva que passaram pelo congresso “Construindo Conhecimento” do Concrete Show, as fraudes mais comuns no setor de rental acontecem na análise de crédito, em que o golpista fornece informações falsas ou incompletas sobre a sua situação financeira para conseguirem a aprovação do aluguel.

A diretora Jurídica e Tesoureira da ALEC reconheceu que a inadimplência no Brasil está alta, e disse que só o escritório dela já protocolou quase 300 ações por falta de pagamento este ano. Mas, de acordo com a especialista, a inadimplência tem remédio e o golpe não, por isso é importante realizar uma análise de crédito rigorosa dos clientes. “Hoje, com a Lei Geral de Proteção de Dados, temos mais dificuldade em solicitar referências comerciais, mas a minha recomendação padrão é que a locadora peça ao cliente três notas de três fornecedores diferentes nos últimos três meses”, sugeriu a Dra. Mônica Zambolini.

“A pesquisa do cliente em bancos de dados como o Serasa e o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) continuam sendo requisitos básicos, e para quem está no estado de São Paulo o Cenprot (Central de Protesto) também se tornou uma ferramenta fundamental, além de ser gratuita”, concluiu a especialista. Outras dicas passadas pela advogada incluem a criação de um domínio próprio na internet para fortalecer assinaturas digitais e a instalação de câmeras de segurança e sistemas de rastreamento dos equipamentos, que inclusive já utilizam novas tecnologias de inteligência artificial para identificar atividades suspeitas.

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