Integração. Essa foi a palavra que o empreendedor Samuel Oliveira percebeu que não fazia parte das operações do mercado da construção civil. Depois de passar três anos imerso em uma empresa de produção de concreto, ele reparou que cada processo, desde a aquisição de matéria-prima até as vendas, era gerenciado de forma isolada e que as soluções tecnológicas disponíveis não consideravam nada do que acontecia no chão de fábrica.
Pensando nas dores de um mercado que se encontrava distante dos focos de empresas de tecnologia, o empresário decidiu desenvolver sistemas de software e hardware que ajudassem concreteiras a gerir todo seu ecossistema. A ideia deu origem à Topcon, empresa focada em aplicações para digitalização do processo de gestão e produção do concreto.
Fundado em 2009, o negócio, que começou com três sócios, hoje emprega 106 funcionários e tem 22 membros no quadro societário. A empresa registrou um crescimento de 200% nos últimos dois anos e faturou R$ 15 milhões em 2022.
Segundo Oliveira, o crescimento da Topcon no mercado teve uma virada de chave em 2020, quando a empresa adotou o sistema de venda por assinatura e digitalizou todo o serviço. “A principal mudança foi a do modelo SaaS, ou seja, um software por assinatura. Antes, as soluções estavam instaladas localmente no cliente. Em 2020, nós mudamos e começamos a migrar tudo para soluções 100% digitais”, conta o CEO.
Hoje, mais de um milhão de metros cúbicos de concreto passam mensalmente pela gestão da empresa. Segundo o fundador, a Topcon é responsável pelas operações de 40% do concreto produzido no Brasil atualmente.
O valor da assinatura para contratar os serviços varia de acordo com o volume de concreto que o cliente deseja monitorar. Os preços variam R$ 0,40 a R$ 0,80 por metro cúbico. A empresa ainda oferece a possibilidade de contratar o rastreamento de veículos de entrega. Atualmente, já são mais de 4.000 veículos rastreados pela companhia.
Para 2024, os planos são alcançar mais de 50% do market share do concreto nacional, além de aumentar a presença internacional, que hoje já inclui serviços em outros países do Mercosul. A expectativa é faturar R$ 20 milhões no próximo ano.
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FONTE: Por Luana de Andrade – Pequenas Empresas & Grandes Negócios – Outubro de 2023