Faltando apenas três meses para o fim do ano, está decretada a temporada oficial de previsões para 2022. A construção civil, que está ensaiando uma retomada para o próximo ano – o PIB da Construção Civil cresceu 2,7% no 2º trimestre de 2021, em relação aos três primeiros meses do ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) -, é um setor que está buscando soluções para aumentar o ritmo de produtividade em obras e alcançar novos patamares no que diz respeito à industrialização das construções.
A seguir, estão listadas três tendências para o segmento de construção em concreto que seguem em alta para 2022. Esses assuntos estarão em pauta em painéis de debates, estudos de casos e palestras na 2ª edição do Concrete Show Xperience (CSX), evento online para a cadeia produtiva da construção em concreto. O CSX acontece entre os dias 26 e 28 de outubro, integralmente em formato digital, na Swapcard – a nova plataforma online do Concrete Show.
1 – Construção Modular
A construção modular é um exemplo de tecnologia que está mudando o jeito de construir e é um tema que está diretamente relacionado à industrialização da construção e ao modelo “off-site”. Basicamente, é um método que permite a construção de casas e edifícios por meio de módulos individuais que são fabricados fora do local da obra para serem instalados, posteriormente, no canteiro.
De acordo com o relatório “Modular Construction: From projects to products”, publicado pela consultoria McKinsey, a construção modular pode alcançar até 130 bilhões de dólares até 2030, considerando novos empreendimentos nos mercados dos Estados Unidos e Europa, gerando uma redução de custos de 22 bilhões de dólares.
Cada vez mais em alta, o movimento para a industrialização da construção civil, neste contexto, assume um papel central. Segundo a presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic), Íria Lícia Oliva Doniak, são muitos os benefícios com a adoção da industrialização na construção. “Entre eles, a velocidade de construção, retorno mais rápido do investimento, previsibilidade, maiores vãos que propiciam maior aproveitamento dos espaços, uso racional dos recursos, alinhando a tecnologia com os preceitos da sustentabilidade e eficiência estrutural – esta última em consonância com os conceitos da arquitetura contemporânea”, disse Íria.
A presidente da Abcic será a responsável por mediar um painel no Concrete Show Xperience, com o objetivo de apresentar a relação da pré-fabricação em concreto com a construção modular, o estado da arte no Brasil, a correlação com conceitos fundamentais, como a coordenação modular e o BIM, o desenvolvimento de projetos e a normalização, incluindo as aplicações e tendências futuras.
2 – Pavimentos Urbano de Concreto
O uso de pavimentos rígidos (concreto) é uma prática que está, aos poucos, se espalhando pelo Brasil, seja em vias urbanas – como em corredores de ônibus – ou em obras de extensão da malha rodoviária. O potencial competitivo dos pavimentos de concreto em relação aos asfálticos é demonstrado por características como: um ciclo de vida superior ao do concreto, o encarecimento da matéria-prima do asfalto e o aspecto sustentável, com a redução de ilhas de calor.
Duas entidades brasileiras, especialistas no assunto, estarão juntas no Concrete Show Xperience para abordar o assunto. O diretor de Mercado da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Valter Frigieri e o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Concretagem (Abesc), Wagner Lopes, estarão presentes em um painel para mostrar como trazer para as vias urbanas do país a solução do pavimento urbano de concreto.
A prática nos países vizinhos do Brasil também será explorada no CSX com duas palestras: “Estado da arte do pavimento de concreto na América Latina”, com o diretor de Pavimentos e Infraestrutura da Federación Iberoamericana del Hormigón Premezclado (FIHP), Diego Jaramillo Porto e “Experiência latino-americana na utilização do Whitetopping e suas possibilidades de aplicação em pavimentos brasileiros”, com o sócio-diretor da GesPaP Ingeniería & Certificación e Gesinfra Consultores, Mauricio Salgado Torres.
3 – Paredes de Concreto em Prédios Altos
O uso de paredes de concreto é um sistema construtivo que ganhou relevância na última década por ser prática comum na construção de habitações do programa federal Minha Casa, Minha Vida (renomeado para Casa Verde e Amarela). Atualmente é observado um movimento das construtoras para a utilização deste sistema também em prédios mais altos e fora do segmento de renda mais baixa.
O interesse pela técnica é explicado por ser uma solução que agrega racionalidade e custo competitivo para as construções, em especial, os empreendimentos que tenham alta repetitividade, necessidade de padronização e rapidez na construção. No processo construtivo com paredes de concreto, a estrutura e a vedação são formadas por um único elemento, que é moldado no local da obra.
“O sistema já é usado por construtoras em todo país para empreendimentos com mais de 20 andares há mais de 10 anos. O recorde nacional é um edifício de 50 andares. No mundo, o sistema é amplamente usado em mais de 100 países, tanto em casas térreas como sobrados, edifícios baixos e edifícios altos”, disse o gerente de Edificações da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Rubens Monge.
No Concrete Show Xperience, Monge será o moderador de um painel sobre o tema. O diretor da Wendler Projetos e Sistemas Estruturais, Arnoldo Wendler, abordará os princípios básicos para a excelência de obras de paredes de concreto e alguns pontos específicos do concreto autoadensável, que é o mais indicado para esse tipo de obras, e a fórmula de cálculo estrutural que é utilizada para os edifícios altos. Também no mesmo painel, será mostrado um case da construtora HM Engenharia.
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