Em constante evolução, a indústria da construção civil apresenta ao mercado, durante a Concrete Show 2022, um novo jeito de construir, que explora novas tecnologias, maior produtividade no canteiro de obras e, sobretudo, que estimula o uso de materiais sustentáveis que estejam de acordo com as metas de redução nas emissões de dióxido de carbono. 

Vários palestrantes e expositores trouxeram iniciativas deste tipo para a 13ª edição do evento, que acontece no São Paulo Expo, na capital paulista, até quinta-feira (11). Assuntos como energia renovável, utilização de novas combinações de materiais, reaproveitamento de resíduos e inovações tecnológicas que mitiguem impactos ambientais e promovam ciclos construtivos mais eficientes ganharam ainda mais espaço nesta edição.

Um exemplo é a ArcelorMittal, líder de aços no Brasil, que escolheu o Concrete Show para apresentar o Vergalhão ArcelorMittal 50 S XCarb™, o primeiro produto deste tipo da América Latina, produzido a partir de matéria-prima reciclada e energia renovável com baixa pegada de carbono. Lançado em 2021, o XCarb™ é um programa global da empresa que visa a redução e neutralização das emissões de gases de efeito estufa na cadeia do aço. A empresa também é a patrocinadora exclusiva da Arena 120 Ideais, um dos eventos de conteúdo que acontecem no Concrete Show. 

“O vergalhão ArcelorMittal 50 S XCarb é o primeiro do mercado nacional a garantir a redução das emissões de CO2 em comparação com o vergalhão tradicional por meio de declarações ambientais de produto que asseguram as informações com total transparência, destacando a emissão de CO2 nas condições atuais de produção e condições XCarb™ com 100% de matéria- prima reciclada na composição e 100% de energia renovável na produção”, destaca o gerente de Inovação e Desenvolvimento de Produtos – Construção Civil ArcelorMittal Aços Longos, Antonio Paulo Pereira Filho. O projeto piloto do produto, que ainda está em desenvolvimento, será utilizado na construção do empreendimento misto Ária Higienópolis, em São Paulo. O prédio terá 27 andares e demandará cerca de 850 toneladas de aço.

Outra empresa do segmento que também está no Concrete Show para promover soluções sustentáveis é Aço Verde do Brasil (AVB), que é a primeira usina siderúrgica carbono neutro do mundo certificada pela SGS. O aço é produzido pela AVB sem a utilização de combustíveis fósseis, exclusivamente por energias renováveis. Entre os principais produtos fabricados estão o fio-máquina que é utilizado na confecção de arames, cabos, barras para construção mecânica, e os vergalhões CA-50 e CA-60 utilizados em armaduras treliçadas e para corte e dobra, respectivamente. 

“Participar do Concrete Show está sendo extremamente positivo. Conseguimos mostrar nossos serviços para um novo público. Temos um produto atrativo, com preço competitivo, qualidade e emissão zero de carbono, isso faz a diferença para que a AVB conquiste cada vez mais espaço. Além disso, com o networking que o evento proporciona, conseguimos elevar o conhecimento do mercado, clientes e parceiros sobre a nossa história, que se baseia na filosofia de sustentabilidade, presente em nosso DNA”, comentou o diretor Comercial & Logística da AVB, Leandro Vasconcelos da Costa.

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Já a Penetron Brasil, empresa de soluções impermeabilizantes para concreto, que faz parte do grupo americano Penetron International, fez o lançamento oficial do relatório técnico “Rumo ao Concreto de Carbono Zero” (em português). O relatório revela que a impermeabilização e proteção do concreto por cristalização integral pode reduzir em até 90% a pegada de carbono gerada na manutenção e reparação de estruturas. Além disso, a utilização de concreto resistente e impermeável já na execução da obra reduz a pegada de carbono de uma estrutura em 50% ou mais, na medida em que prolonga a vida útil da estrutura em até 100 anos e reduz significativamente a necessidade de reparos. 

“Vem daí a importância de pensar e investir na proteção do concreto desde a concepção até as estratégias para realizar manutenções e reparos de forma estratégica. Sustentabilidade, energia renovável e redução da pegada de carbono devem ser pensadas com seriedade na construção em nível global para garantirmos o futuro do planeta”, afirma o engenheiro e CEO da Penetron Brasil, Cláudio Neves Ourives. 

Na contramão dos produtos fabricados em aço, a Composite Group Brazil, multinacional com foco em pesquisa e desenvolvimento de reforços de construção, veio para o evento pela primeira vez para apresentar a Verga Fibra, uma barra polimérica produzida com um mix de fibra de vidro e resina epóxi que é mais leve, durável e sustentável. O produto foi usado pela primeira vez no Brasil em 2020, no Edifício Prisma, da Construtora Solus, em Abelardo Luz (SC). 

Tecnologia no Concrete Show 2022

Participando pela primeira vez do Concrete Show, a Construct IN trouxe ao pavilhão do São Paulo Expo soluções para documentação de obras por imagem 360. Com uma câmera acoplada ao capacete, o engenheiro pode ter uma visão completa da obra mesmo longe do canteiro. “Nossa tecnologia registra o ambiente em alta definição e nosso software organiza em pastas, a fim de evitar que essa documentação se perca em meio às outras fotos. Esse programa contribui diretamente na redução de custos com deslocamento e otimiza as visitas do engenheiro à obra”, explica o head de marketing da empresa, Matheus Pandolfo. 

Outra novidade em tecnologia associada à cadeia construtiva é da TQS, empresa de softwares para a elaboração de projetos de estruturas e fundações de edificações. A gerente comercial da TQS, Fernanda Hoeppers, explica que o destaque no Concrete Show é o lançamento de uma nova versão de seu software, o TQS V23. O diferencial é o EAG 3D, um novo editor gráfico para modelagem 100% tridimensional (BIM) que permitirá a execução de tarefas inéditas dentro do TQS. 

Confira essas e outras soluções de tecnologia no Concrete Show 2022!

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Parceiro da Construção

A ArcelorMittal aproveitou o maior encontro da cadeia construtiva da América do Sul para promover a parceria com a Saint-Gobain, líder mundial em soluções para o mercado de construção leve e sustentável. As empresas se uniram no Parceiro da Construção, ecossistema digital da construção civil, uma plataforma online que oferece mais de 100 cursos de capacitação. Com certificados disponíveis gratuitamente para profissionais da área, a plataforma visa contribuir com a qualificação individual e com a transformação digital. 

Por meio da união das expertises na construção civil, as empresas pretendem multiplicar a capacitação de profissionais em um setor que vem se mostrando muito promissor. 

Embora seja responsável por 9,9% do PIB do país (segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com mais de 10 milhões de empregos, a construção civil se atrasa devido aos profissionais não terem a formação necessária. Segundo levantamento feito junto ao CNI, 60% das empresas do setor disseram que falta mão de obra qualificada. 

O modelo de negócios do Parceiro da Construção é inovador: uma plataforma que promove interações entre os mais diversos atores do segmento da construção civil, tais como fabricantes, revendedores, engenheiros, arquitetos, instaladores, pedreiros, pintores e demais profissionais especializados, gerando valor para todos por meio da produção, disseminação e troca de conhecimento.  

Em 2022, o Parceiro da Construção espera expandir ainda mais sua gama de conteúdos educacionais, além de preparar o lançamento de outros produtos digitais inovadores, voltados ao mercado da construção e ferramentas para apoiar o dia a dia dos profissionais da área e consumidores finais. “Ampliação da comunidade, da base de conteúdos e dos serviços fazem parte dos objetivos da plataforma neste ano”, comenta Roberto Hentzy, CEO do Parceiro da Construção, que tem mais de 26 anos de experiência no mercado, inclusive de startups e varejo, e liderará a nova empresa. 

Construindo Conhecimento

No “Construindo Conhecimento”, espaço dedicado a palestras, congressos e seminários exclusivos para profissionais do setor, o destaque deste segundo dia foi o “Seminário de Paredes de Concretos para Edifícios Altos”, que ocorreu ao longo de toda a quarta-feira (10). A abertura do encontro foi feita por Eric Cozza, responsável pelo setor de comunicação de paredes de concreto do Núcleo, um ambiente criado pela SIGNO Engenharia de Processos para organizar informações, serviços e discussões, além de mostrar boas soluções e resultados no uso do sistema construtivo de parede de concreto moldada no local.

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A primeira palestra do dia foi ministrada pelo engenheiro Ary Fonseca Jr, diretor da SIGNO, e teve como objetivo evidenciar as vantagens competitivas na utilização de paredes de concreto. O diretor lembrou que os estudos para aplicação desse modelo de construção no Brasil começaram em 2006, em um esforço conjunto da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), ABESC (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem) e IBTS (Instituto Brasileiro de Telas Soldadas), porém, a prática só ganhou dinamismo em 2012, com a criação da NBR 1.655. “Após a publicação da norma sobre o assunto, o mercado teve uma expansão no uso de paredes de concreto. Programas públicos de habitação ajudaram a alavancar esse processo que se encontra hoje em plena popularização”, explica. 

De acordo com o engenheiro, desde a criação da norma foram contabilizadas mais de 4 milhões de construções no país que fizeram uso do método. “A parede de concreto é uma ótima opção para o Brasil, porque se adequa a todas as tipologias e pode ser usada em vários tipos de construções, desde casas térreas até edifícios altos”. Entre as vantagens competitivas do uso do concreto em paredes pode-se destacar o custo/benefício, a baixa geração de resíduos e a velocidade na execução, porém, para alcançarmos um nível de excelência, Fonseca alerta: “Não podemos mais tolerar improvisos nessas obras. É preciso tratar da industrialização da cadeia e da engenharia integrada, somente assim atingiremos a plena eficiência”. 

Outra palestra importante para o segmento foi a do engenheiro Paulo Francisco Graziano, que também tratou das vantagens na utilização de paredes de concreto. Graziano destacou que, embora esse método tenha começado de uma forma tímida no Brasil nos anos 1970, só foi aprofundado há cerca de 15 anos. “Hoje temos um sistema consolidado, que reconhece e utiliza as paredes de concreto. Esse tipo de construção dispõe de enormes vantagens competitivas, entre elas a redução de custos com outros materiais, como vigas e estribos. Também minimiza os ciclos operacionais e favorece a agilidade da obra”. 

O seminário explorou também outros temas, como a Competitividade do Sistema, Fluxo de Produção e Logística para a Execução, Formas de Alumínio e Soluções Eficientes para Instalações.

Outra temática que atraiu o público foi o 14º Seminário de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho, realizado pela Associação Nacional Pisos Revestimentos Alto Desempenho (Anapre). O presidente da Anapre, Levon Hagop Hovaghimian, abriu o seminário celebrando a volta dos eventos presenciais e destacando os próximos desafios da associação. Ele falou sobre duas novas pesquisas de mercado com os temas de “Mercado de Revestimentos de Alto Desempenho no Brasil” e “Mercado de Pisos Industriais no Brasil” desenvolvidas pela Anapre que estão ‘saindo do forno’. 

“Essas pesquisas de mercado são o nosso projeto mais ambicioso. A ideia é que o conteúdo possa oferecer uma referência sobre a evolução e o tamanho atual do mercado brasileiro de pisos industriais de concreto e revestimentos de alto desempenho. Isso inclui mostrar as diferenças entre cada região, porque o Brasil é um país com proporções continentais e com condições climáticas distintas que afetam muito a cadeia de construção”, disse Hovaghimian. Os comitês técnicos da Anapre também estão criando guias de padrões de trabalho para auxiliar os executores de pisos de concreto e revestimentos.

Faça sua inscrição gratuitamente no Concrete Show 2022 e venha conferir todas as novidades para a construção civil até dia 11 de agosto, das 13h às 21h no São Paulo Expo!