As usinas hidrelétricas são essenciais para a geração de energia sustentável, desempenhando um papel vital no abastecimento de inúmeras regiões do Brasil.
No entanto, essas estruturas de concreto enfrentam desafios constantes devido à exposição contínua à água e a condições ambientais adversas.
Neste cenário de proteção contra infiltrações, corrosão e deterioração, as soluções de impermeabilização se tornam cruciais, assegurando a integridade estrutural e o desempenho contínuo das usinas hidrelétricas.
Convidamos Priscila Bezerra, engenheira civil e especialista em impermeabilização, para conversarmos sobre o estanque das estruturas de concreto presentes nas usinas hidrelétricas. Continue conosco!
Desafios da impermeabilização de estruturas de concreto nas usinas hidrelétricas
Priscila Bezerra explica que as estruturas das usinas hidrelétricas em operação no Brasil vêm sofrendo constantemente desgastes mecânicos, físicos e por abrasão.
“O principal desafio é quanto a um sistema de impermeabilização que consiga resistir a toda essa demanda. Por essa razão torna-se necessário traçar soluções de engenharia que envolvem múltiplas disciplinas, com o intuito de tornar a estrutura estanque”, aponta a entrevistada.
A importância da impermeabilização em ambientes hidrelétricos
Segundo Bezerra, estudos comprovam que a estanqueidade das estruturas está diretamente ligada à durabilidade.
“Logo, é de suma importância que soluções sejam empregadas no concreto visando protegê-lo contra as ações deletérias, principalmente tratando-se de ambientes hidrelétricos”, ressalta.
As tecnologias e materiais utilizados no processo
A entrevistada explica que não existe um único sistema de impermeabilização que seja perfeito, sendo necessário pensar de forma holística no momento das especificações.
“Precisamos analisar o tipo de estrutura, de agressividade ambiental, ações mecânicas que a camada impermeável estará sujeita, agressividade química, vida útil da impermeabilização, nível de degradação da estrutura em caso de obras existentes, prazo de execução e daí por diante”, cita.
Somente após essa análise aprofundada é possível traçar soluções de reparo, proteção e impermeabilização.
“Existem situações em que poderemos adotar o aditivo redutor de permeabilidade na concretagem da estrutura das barragens ou até mesmo especificar sistemas de impermeabilização com membrana de poliuretano, revestimento mineral e outros”, exemplifica.
Os critérios de escolha dos sistemas de impermeabilização para usinas hidrelétricas
Para escolher qual o melhor sistema de impermeabilização a ser utilizado, Bezerra enumera diferentes fatores que são observados:
“Analisamos as agressividades de modo geral, prazo de execução, custo versus benefício, particularidades do concreto, características da água do rio e grau de degradação para as estruturas existentes”.
Manutenção e monitoramento de sistemas de impermeabilização em ambientes hidrelétricos
A manutenção e o monitoramento dos sistemas de impermeabilização em ambientes hidrelétricos é de fundamental importância para garantir que a vida útil esperada seja atingida.
“Anomalias podem surgir durante a operação das estruturas e quanto antes forem reparadas menor será o custo das manutenções emergenciais e maior será a durabilidade das estruturas”, avalia.
Desafios futuros e inovações em tecnologias
Falando especificamente sobre os desafios futuros, Priscila Bezerra lembra que o Brasil é conhecido mundo afora pela capacidade de gerar energia elétrica por meio das águas.
“De acordo com o balanço energético de 2023, 61,9% da geração de energia no Brasil vem das usinas hidrelétricas”, afirma a entrevistada.
Essas usinas em operação, por sua vez, precisam ter uma estrutura com vida útil prolongada, visando manter a produção energética satisfatória.
“Nosso desafio é manter a segurança dessas estruturas, protegendo-as contra as ações deletérias em geral e projetando novas que tenham uma vida útil cada vez maior, adotando soluções e inovações no setor da Impermeabilização”, conclui.
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