Saindo um pouco do concreto, tema central do Concrete Show, o painel “Revolucionando a locação: O potencial transformador da Inteligência Artificial” buscou trazer uma visão macro de como revolucionar nos mais diversos negócios. Todas as dicas, claro, se aplicam perfeitamente à construção civil e áreas do segmento, mas são plausíveis para o mercado como um todo.
Segundo Ale Uehara, head de inovação na Innov8, entender o cliente é o primeiro passo para conseguir sair na frente na corrida da inteligência artificial, procurando não apenas inventar, mas inovar no mercado enquanto busca como as tecnologias podem ajudar as pessoas. “O cliente pode procurar o melhor valor, não exatamente o melhor preço. A gente tem que se adaptar ao mercado, ficar atento ao que aparece de tecnologia”, explicou.
Em sua apresentação, explicou que em 1955 a expectativa de vida de uma empresa era de 60 anos, muito inferior aos 15 anos da atualidade. A razão disso é uma mescla de motivos, mas os dois principais são a grande concorrência no mercado, com cada vez mais empresas surgindo, junto ao fato de poucas delas buscarem trazer inovações ou pelo menos se adequarem às tendências tecnológicas. Com isso, a grande maioria das empresas fecha muito cedo, com pouquíssimos anos de experiência, enquanto uma minoria sobrevive por décadas, deixando a média de vida empresarial em apenas 15 anos.
Inovar com inteligência artificial
Se conectando ao tema principal do painel, a inteligência artificial é a tecnologia que deve receber atenção especial das empresas, especialmente em relação aos dados. É através da coleta de informações que é possível programar uma inteligência artificial para que ela auxilie no futuro da companhia. Para isso, algumas dicas de Ale Uehara são fundamentais: trabalhar junto à transformação digital; estratégia da 10ª pessoa (baseada na ideia de que, se em uma mesa que tem dez pessoas e nove dela concordam, é papel da décima pessoa questionar, então seja essa pessoa); inovação; e abraçar a mudança.
“Dados são o novo petróleo. Quanto mais dados, mais informações e mais assertividade, seja numa venda ou em oferecer da forma correta o produto ao cliente. Se você ou sua empresa não estiver usando os seus dados históricos, já está perdendo clientes”, alertou Uehara.
Para exemplificar como cada vez mais as empresas estão precisando se adequar às novidades, foi mostrado quanto tempos algumas gigantes do mercado levaram para alcançar um milhão de usuários: Netflix (3,5 anos), Facebook (10 meses), Spotify (5 meses), Instagram (2,5 meses), Chat GPT (5 dias).
E isso não vale apenas para as empresas, mas também para os profissionais do mercado. A busca por trabalhadores que tenham alguma habilidade com inteligência artificial cresceu 323% dos últimos oito anos, enquanto 76% dos profissionais reconhecem que precisam desse talento para continuar se adequando às exigências do mercado.
Mais do que isso, um estudo apontou que as cinco qualidades que um profissional deverá ter até 2027 são: pensamento criativo; pensamento analítico; alfabetização tecnológica; curiosidade e aprendizagem contínua; e resiliência com flexibilidade.
Invenção vs. Inovação
Outros insights foram apresentados no painel e a questão da concorrência foi bastante falada pelo palestrante. Segundo Uehara, é preciso observar além da concorrência óbvia, usando como exemplo que o maior concorrente da Netflix é o jogo Fortnite, enquanto da Cacau Show é a Boticário. Isso porque concorrente não é apenas o que faz a mesma coisa, mas aquele que resolve o mesmo problema: no primeiro caso, é o entretenimento, enquanto no segundo são marcas relacionadas a presentear alguém.
Além disso, o diferencial também teve um espaço na apresentação. Entender o que é o cliente e o valor do que é oferecido para esse cliente é um processo de personalização, com um exemplo das frutas que são vendidas descascadas, muito procuradas por pessoas com deficiência.
A inovação, dessa forma, é um passo além da invenção. Enquanto inventar é criar algo, mas que muitas vezes nem sai da ideia, uma inovação cria valor, resolve o problema das pessoas e, pensando em negócios, gera nota fiscal. Por essa razão é mais importante inovar do que inventar, pois ser o primeiro a ter uma ideia não garante que chegará na frente. O próprio Facebook foi a 19ª rede social inventada, enquanto muitas sucumbiram no caminho.
“A gente precisa ter empatia. Entenda seu cliente, coloque o sapato dele. Analisar o comportamento das pessoas e personalizar o que quer vender. No passado, era fazer as pessoas desejarem coisas, mas agora é produzir coisas que as pessoas querem”, explicou Uehara.
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