Investir em medidas protetivas para evitar a corrosão do concreto armado é uma alternativa inteligente para aumentar a vida útil da obra.
Afinal, existem diversos agentes que causam a corrosão, principalmente nas obras em áreas urbanas ou no litoral, onde há forte maresia e umidade.
Portanto, utilizar um inibidor de corrosão é essencial para retardar a deterioração, garantindo maior proteção e durabilidade do projeto.
Para entender mais sobre o tema, conversamos com o engenheiro Marcelo Henriques, da Engecom Engenharia. Confira abaixo!
Por que usar o inibidor de corrosão nas estruturas de concreto armado?
Marcelo Henriques conta que, atualmente, ainda não há nenhum mecanismo possível de elaborar concretos que sejam totalmente impermeáveis aos íons cloretos. No entanto, existem alguns métodos que podem retardar esse fenômeno.
“A corrosão da armadura resulta na expansão do metal e, posteriormente, em fissuras e lascamento do concreto, reduzindo o tempo útil da obra e gerando grandes custos de manutenção e correção”, explica o engenheiro.
Dessa maneira, os aditivos redutores de corrosão são utilizados, na maioria das vezes, em ambientes marinhos. “A presença de salinidade pode potencializar a corrosão das armaduras”, diz Henriques.
Como funciona o inibidor de corrosão para concreto?
Marcelo Henriques explica que o mecanismo de corrosão está relacionado com o pH da solução intersticial nos poros capilares do concreto (que normalmente é acima de 12).
“Assim, como consequência, solubiliza a portlandita (Ca(OH)2) (formada durante a hidratação das fases C3S e C2S), o que desenvolve uma camada protetora de passivação da armadura formada por óxido de ferro (FeO) — o que bloqueia a oxidação da armadura”, observa o engenheiro.
No entanto, a migração de íons cloreto gera uma diminuição de pH e a solução de poro fica abaixo de 11.
“Isso corrompe a barreira protetiva da armadura e, na presença de oxigênio, causa a corrosão e o aumento de volume, que causam forças internas, as quais promovem a fragmentação do concreto”, diz ele.
Além disso, os aditivos, como no caso do nitrito de cálcio, reagem com o oxigênio gerando nitrato de cálcio, inibindo a corrosão.
De acordo com Henriques, “Ao ser introduzido no concreto, atua através da ruptura das conexões eletroquímicas que provocam corrosão ou como um agente de sacrifício minimizando a entrada de íons cloretos nas partes internas do concreto”.
Os aditivos inibidores de corrosão a base de nitrito de cálcio retardam o início da corrosão, pois reagem com o oxigênio gerando nitrato de cálcio.
Quais são os tipos de inibidores de corrosão para concreto armado?
Os principais tipos de inibidores de corrosão para concreto armado são:
- produtos a base de nitrito ou nitrato de cálcio;
- pastilhas de zinco e carbono — chamadas de Anodos de Sacrifício, que funcionam como uma pilha (e têm a mesma função dos nitratos acima).
Quais são as boas práticas e normas do uso do inibidor de corrosão para o concreto?
“Baixa permeabilidade (concretos com baixo fator a/c) e cobrimento de armadura adequados. O uso destes aditivos pode aumentar a vida útil das estruturas, consideravelmente”, salienta Henriques.
Dessa maneira, a predição da durabilidade da estrutura pode ser estimada por programas computacionais disponíveis no mercado.
“As dosagens típicas destes aditivos podem variar entre 10 a 30 litros/m³. Para tais dosagens recomenda-se descontar esta quantidade percentual do total da água de amassamento do concreto”, finaliza o engenheiro.
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