Você já ouviu falar na galvanização por imersão a quente? A técnica é uma forma de proteger o zinco para que ele não necessite de tantas manutenções ao longo do tempo.
Uma pesquisa feita pela CC Technologies estimou que, no Brasil, 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) seja consumido pela corrosão. Ou seja, cerca de US$ 50 bilhões precisam ser reinvestidos em obras que demandam manutenção.
Ao utilizar a técnica de galvanização dos vergalhões, estima-se uma economia de cerca de US$ 10 bilhões.
O tema da galvanização por imersão a quente foi abordado durante o Concrete Show 2022 em uma palestra de Ricardo Suplicy de Araújo Goes, Gerente Executivo do Instituto da Cadeia do Zinco.
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Por que ocorre a corrosão?
Logo no início do painel, Goes explicou as razões de ocorrer a corrosão do zinco quando ele não é galvanizado.
Segundo o especialista, isso ocorre “porque tem a presença de íons, cloretos, água, dióxido de enxofre, eles acabam penetrando no concreto até atingir a barra de aço, a armadura.”
Goes complementa: “E depois que ela atinge, começa a corrosão e vai se expandindo, muitas vezes vai provocando as trincas no concreto que a gente vê por aí.”
Normatização
Sobre as normas que regulamentam a galvanização no Brasil, Goes apresentou mais informações sobre as principais delas. Confira:
- ABNT NBR 6323/2016: Galvanização por imersão a quente de produtos de aço e ferro fundido – Especificação
- ABNT NBR 7397/2016: Produto de aço e ferro fundido galvanizado por imersão a quente — Determinação da massa do revestimento por unidade de área — Método de ensaio
- ABNT NBR 7398/2015: Produto de aço e ferro fundido galvanizado por imersão a quente – Verificação da aderência do revestimento – Método de ensaio
- ABNT NBR 7399/2015: Produto de aço e ferro fundido galvanizado por imersão a quente – Verificação da espessura do revestimento por processo não destrutivo – Método de ensaio
- ABNT NBR 7400/2015: Galvanização de produtos de aço e ferro fundido por imersão a quente – Verificação da uniformidade do revestimento – Método de ensaio
- ABNT NBR 7414/2015: Galvanização de produtos de aço e ferro fundido por imersão a quente – Terminologia
“A 6323 é a norma mãe da galvanização […] E tem também a norma para vergalhão galvanizado, muitas pessoas dizem que ela não é conhecida, mas ela é aplicada mundialmente. No Brasil já temos a ABNT 16300”, analisou Goes.
Nesta fala, Goes se refere a ABNT NBR 16300/2016: Galvanização por imersão a quente de barras de aço para armadura de concreto armado – Requisitos e métodos de ensaio.
Características do vergalhão galvanizado
A qualidade do vergalhão galvanizado também foi um dos temas abordados pelo Gerente Executivo do Instituto da Cadeia do Zinco.
“Não existem requerimentos especiais de armazenamento (chuva, temperatura, intempéries), galvanizadores disponíveis no mercado, resposta rápida (não requer tempo de cura), reduz o risco de desprendimento do concreto e vantagens econômicas onde frequentemente o custo inicial é o custo do ciclo de vida”, observou.
Além destes, Goes ressaltou a ductilidade, a resistência à tração e a resistência à fadiga como fatores de importância entre as características principais do vergalhão galvanizado.
Cases nacionais e internacionais de sucesso
Como forma de provar que a galvanização do vergalhão é a melhor forma de proteger a obra, principalmente quanto ao aparecimento de rachaduras, Goes apresentou alguns casos de sucesso no Brasil e no mundo.
O Museu Iberê Camargo, construído em 2008, em Porto Alegre, foi a primeira obra apresentada pelo painelista. Ele explica:
“Era um arquiteto português que não queria nenhuma mancha vermelha de corrosão no concreto e, por isso, ele especificou 100% com vergalhão galvanizado. Está lá desde 2008 e até hoje nunca teve nenhuma manutenção, nenhuma mancha vermelha de corrosão.”
Outro caso de sucesso mostrado aos presentes foi o Museu de Arte, construído em 2017, no Rio de Janeiro, com 37 colunas de sustentação da laje principal onde foram usadas 80 toneladas de vergalhão galvanizado.
Além destes, Goes apresentou imagens e informações sobre o Instituto Moreira Salles, construído em São Paulo, em 2017; a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), em 2016; a Estação de Tratamento de Efluentes em Singapura; a Ponte Route 66, na Pensilvânia, em 1973, e outros.
Se você gostou de saber mais sobre este tema de grande importância, aproveite e compre seu acesso a palestra de Goes na Concrete Show 2022 na íntegra!