A ABNT NBR 6494:1990 define os andaimes como plataformas necessárias à execução de trabalhos em lugares elevados, onde não possam ser executados em condições de segurança a partir do piso. São utilizados em serviços de construção, reforma, demolição, pintura, limpeza e manutenção.

História da evolução dos andaimes

Ao longo da cronologia da construção, os tipos de andaimes mais utilizados eram construídos, inicialmente, com madeira ou bambu. Estima-se que o uso dos primeiros andaimes se deu há aproximadamente 17.000 anos, no período Paleolítico, onde foram encontradas marcas de furos em cavernas para fixação de andaimes rudimentares com o intuito de que os habitantes da época fizessem pinturas de murais.

Há mais de 5.000 anos, os egípcios também já utilizavam estruturas de madeira com essa finalidade, para execução de construções, algumas associadas às pirâmides.

O bambu já era utilizado há mais de 4.000 anos, e ainda continua sendo, segundo registros históricos, na Ásia, para estruturas de andaimes.

A partir dos séculos XIX e XX foram desenvolvidos os cálculos iniciais para a fabricação dos primeiros andaimes metálicos e de aço. Já na atualidade, estão sendo construídos e muito utilizados os de alumínio.

Por volta de 1930, iniciou-se a fabricação de tubos redondos e abraçadeiras para montagem e contraventamento dos andaimes, garantindo, assim, maior segurança na junção das peças, produtividade e economia, modelo que é utilizado até os dias atuais.

Após a 2ª guerra, por volta de 1950, a tecnologia industrial deu um salto no desenvolvimento e fabricação em larga escala de andaimes metálicos, conhecidos como andaimes fachadeiros, que substituíram rapidamente os andaimes de madeira.

A partir de 1970, surgiram os andaimes multidirecionais, um marco na história dos andaimes, já que a partir desse novo segmento, consegue-se executar diversas obras com diferentes geometrias e desafios. 

Principais atualizações e contribuições para a atualidade

O que mais mudou desde o início foi o tipo de material empregado para fabricação, a preocupação com a segurança e os tipos de andaimes, bem como suas denominações para cada aplicação. Com o passar dos anos, devido à grande demanda, surgiram normas para confecção e utilização destes equipamentos, tornando-os mais seguros, melhorando a produtividade nas montagens e gerando economia. Novas tecnologias e novos materiais como o alumínio, por exemplo, permitiram que os andaimes se tornassem mais seguros, leves, versáteis e mais acessíveis para todo tipo de construção.

No Brasil, temos a NR18 – CONDIÇÕES DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, em sua Subseção 18.9 Medidas de proteção contra quedas de altura, 18.12 Andaimes e plataformas de trabalho e a ABNT NBR 6494:1990 – SEGURANÇA NOS ANDAIMES, a qual fixa as condições exigíveis de segurança dos andaimes quanto à sua condição estrutural, bem como de segurança das pessoas que neles trabalham e transitam. Atualmente esta Norma (NBR 6494) está em revisão, pois está em vigor há 34 anos e muito desatualizada, e seu novo texto base tem como referência as Normas Europeias, EN 12810-1, 12810-2, 12811-1, 12811-2, 12811-3 entre outras.

Hoje, o andaime deixou de ser um simples equipamento para acesso e, em determinados tipos de construção, assume o papel de protagonista. Há relatos que já foram utilizados em algumas construções, passando a integrá-las, como em alguns teatros da Europa, e fazendo parte da sua história.

É quase impossível encontrar uma construção que não tenha utilizado andaimes em alguma fase da sua construção.

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* Por Jefferson Silva, consultor de Engenharia da ABRASFE.