A segunda edição do Concrete Show Xperience, evento virtual para a cadeia produtiva de construção em concreto, apresentou algumas novidades e lançamentos em produtos, equipamentos e soluções, inclusive com a exibição de demonstrações e experiências práticas. Para mostrar os avanços no uso do concreto para obras de infraestrutura, a Cimento Apodi apresentou o fornecimento de concreto para a reconstrução do pavimento no pátio de taxiamento de aeronaves do aeroporto de Fortaleza, Ceará, que foi entregue em março deste ano.  

O gerente de Produtos e Assessoria Técnica da Cimento Apodi, Mario Sergio Guilge, explicou que o projeto original teve que ser modificado em decorrência da falta de insumos, em especial, o aço. A solução encontrada foi usar o concreto reforçado com fibra como alternativa ao concreto armado.  

Guilge explicou que o projeto inicial definia um pavimento de concreto de 23 cm, com tela e barra de transferência. “Definimos um novo projeto utilizando microfibra para evitar fissuras de retração e macrofibra sintética estrutural para atender os requisitos de resistência e tração na flexão. O piso foi alterado para 32 cm, o que nos deixou com segurança para eliminar as armaduras e o aço envolvido na ideia inicial”, disse. Ele ainda revelou que, mesmo com o aumento no uso do concreto e outras alterações, a obra apresentou menor custo final e mais facilidade na execução. A obra consumiu cerca de 22 mil m³ de concreto, utilizados em três etapas com a concretagem, de 10 placas por dia.  

Já a coordenadora de Produtos e Assessoria Técnica da Cimento Apodi, Cláudia Zanetti, falou sobre o desenvolvimento do traço do concreto especial e os testes em campo realizados. Ela também ressaltou os desafios, como a necessidade de fazer os ajustes e controle tecnológico do concreto antes, sem acesso ao canteiro de obras, e o excesso de vento e temperatura ambiente alta no local, o que exigiu um cuidado extra para evitar fissuras.  

Outro exemplo de desafio enfrentado durante a obra foi com a adição das fibras. “A fibra veio em sacos biodegradáveis que não conseguimos dissolver para colocar direto na central dosadora de concreto. Então, criamos uma metodologia para colocar manualmente na esteira de agregados por cima da brita. Isso para evitar ou, pelo menos, diminuir a incidência de ouriços”, explicou Claudia.  

Aditivos químicos 

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A evolução dos aditivos químicos usados para o concreto também foi destaque no Concrete Show Xperience. A Aditibras, empresa fabricante de aditivos químicos para concretos e outros produtos auxiliares para construção civil, apresentou uma experiência prática para demonstrar a linha de aditivos químicos para o concreto fabricado com areia artificial, com a ideia de substituir o uso de areia natural. A areia artificial – ou pó de pedra – é subproduto do processo de britagem de rochas e pedras.  

A gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Aditibras, Ana Paula Andrade, explicou que os aditivos plastificantes de caráter polifuncional são produtos desenvolvidos para viabilizar o uso de areia artificial em todos os tipos de concreto, porque age no concreto, reduzindo a tensão superficial da água, melhorando a molhabilidade e a dispersão das partículas de cimento. Ela ressalta que o diferencial desse aditivo é que, na formulação, as moléculas destravam os grãos lamelares da areia artificial e minimizam a absorção de água, o que promove, entre outros benefícios, o ganho de resistência no concreto. 

Ana Paula destaca que o aditivo é também uma opção mais sustentável e com o potencial de reduzir custos. É mais sustentável porque, com o uso parcial ou total da areia artificial, reduz a extração de areia diretamente do meio ambiente. E temos casos de clientes que conseguiram uma redução de até R$ 11,40 por m³ de concreto ao utilizar o aditivo com 100% de areia artificial”, finalizou. 

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Já a especialista de P&D de aditivos para cimento, Ariane Martho e a cientista sênior, Danila Ferraz, da GCP Applied Technologies – especializada em produtos químicos e materiais utilizados na construção – apresentaram uma palestra para abordar a interação dos aditivos com o cimento. Segundo elas, os aditivos para cimento e concreto da GCP permitem que os fabricantes de cimento e concreto reduzam as emissões de CO², as soluções para a produção de cimento incluem aditivos que atuam para reduzir a porcentagem de clínquer no cimento e o consumo de energia.  

A projeção da GCP é que a redução de emissões de CO² são de aproximadamente 23 milhões de toneladas a cada ano, sendo 13 milhões toneladas por aditivos de concreto (redutores de água e aceleradores) e 10 milhões de toneladas por aditivos de cimento (melhoradores de qualidade e ajudantes de moagem). 

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